As autoridades comunitárias advertem que vão travar um combate duro para proteger a Internet dos ataques de piratas informáticos, mas os observadores salientam que as medidas concretas demoram a chegar, segundo um artigo da publicação online EurActiv.
Assinala que foram feitas várias tentativas para criar um acordo global de combate a atitudes ilegais na Internet, desde a pirataria informática até à pornografia infantil e incluindo os downloads ilegais, mas essas tentativas terão esbarrado na oposição da Rússia e China às propostas feitas.
No entanto, as Nações Unidas, a OCDE, o Conselho da Europa e o Aspen Institute têm continuado a tentar encontrar regras internacionais de combate ao crime informático que possam ser aceites por todos, assinala o EurActiv.
Em Março, a Comissão Europeia lançou o debate sobre o combate à criminalidade informática num projecto designado «Protecção da Infra-estrutura de Informação Crítica», focado na segurança da Internet.
Enquanto a NATO defende mudanças radicais na Internet para prevenir ataques informáticos, muitos receiam que as medidas draconianas propostas pela NATO apoiassem as medidas de limitação da liberdade na Internet em países como a China ou o Egipto e indicassem que a União Europeia também não defende a liberdade na Internet.
Um responsável da Comissão Europeia argumentou que se chegará a «leis internacionais aceitáveis» na Internet quando se deixar cair a palavra «liberdade», porque actualmente a liberdade é absoluta.
Opinião
Esta declaração de um responsável comunitário, citada pelo EurActiv, é bem revelador dos riscos que corre a liberdade na Internet em nome de supostos interesses mais altos de combate ao crime informático.
A liberdade tem sido posta em causa ao longo dos tempos e em diversos países em nome de causas aparentemente nobres e o combate à criminalidade e aos excessos é uma justificação recorrente, no mundo real e agora no virtual.
Os ciber ataques nunca terminarão com essas medidas, como em nenhum país a criminalidade foi detida com medidas de restrição das liberdades cívicas. O crime informático é combatido há muitos anos sem pôr em causa o espaço de liberdade que é a Web.
Há muita gente desejosa de acabar com a liberdade em geral e na Internet em particular.
Mas esses anseios têm de ser combatidos e travados por aqueles que amam a liberdade e não prescindem da Internet tal como ela existe, enquanto espaço de livre debate, livre informação e criatividade.