O grupo português Softlimits, criado em 2006 e que recentemente adquiriu quatro novas empresas, passou a denominar-se BOND e prevê um crescimento orgânico de cerca 20% em 2011, indicou o presidente e CEO, Paulo Ramos.
O presidente do grupo sublinhou que, após uma facturação de pouco mais de 10 milhões de euros em 2010, espera facturar 12 milhões de euros este ano com o universo empresarial actual e admite comprar empresas com receitas de 8 milhões de euros, o que elevaria o seu volume de negócios para cerca de 20 milhões de euros no ano em curso.
Em encontro com a imprensa, Paulo Ramos recordou que o grupo adquiriu em 2010 e já em 2011 as empresas ACTIS, Agille, Best for Business (B4B) e Inforflow, indicando que foi sentida a necessidade de encontrar uma identidade única sob a qual funcionassem todas as companhias.
Eduardo Pinheiro, um dos elementos que desenvolveu a nova identidade e posicionamento da marca, explicou que a definição de um nome exige um pensamento estratégico e que a marca deve acomodar a realidade da empresa.
Paulo Ramos assinalou que a empresa passou de uma facturação de 2 milhões de euros em 2006 para 5 milhões de euros em 2009 e um pouco mais de 10 milhões de euros no ano passado, num crescimento rápido e sustentável.
Indicou que as aquisições que efectuou visam aumentar as competências da empresa e cumprir o objectivo de manter uma oferta diferenciadora, porque «inovação e diferenciação é tudo» na indústria de tecnologias da informação.
Paulo Ramos salientou que a estratégia é comprar activos que tenham um crescimento sustentado e se possível acelerado «sem colocar em stress a estrutura de capitais e a capacidade de financiamento» do grupo.
Precisou que estão em análise para incorporação meia dúzia de empresas, metade das quais em fase de decisão.
Dada a situação económica e financeira de Portugal o grupo teve de acelerar o aumento da sua presença internacional, indicou.
A Softlimits apresentou em 2010 um peso de 12% do negócio internacional nas suas receitas totais e espera que a BOND aumente este ano essa participação internacional para 17/18% da facturação, indicou o administrador e COO, Sérgio Pena Dias.
Paulo Ramos assinalou que a BOND vende essencialmente produtos próprios, desenvolvidos sobre plataformas standard de empresas como a Microsoft, Oracle, SAS ou Siebel, e a internacionalização deverá basear-se na venda de produtos diferenciadores e não de serviços.
Destacou que alguns projectos desenvolvidos para o Estado português são inovadores a nível mundial.
O CEO da BOND deu como exemplo a aplicação para a inventariação do património cultural português, material e imaterial, única plataforma no mundo que inventaria o património imaterial de acordo com as normas da UNESCO, ou a plataforma de gestão da rede consular portuguesa, que são nichos de mercado que a BOND pode exportar para outros países.
Paulo Ramos defendeu que há em Portugal inovação e que «se faz do melhor que é feito em qualquer parte do mundo», que o país nunca teve tanta gente formada e que na área das tecnologias e dos sistemas de informação está ao nível do melhor que se faz internacionalmente.
Paulo Ramos adiantou que a internacionalização da BOND terá como alvo o mercado africano, não só Angola e Moçambique (onde tem escritórios) mas outros países africanos como o Quénia, a Etiópia ou mesmo o Congo, alguns países da América Latina como o México, Colômbia, Argentina e, eventualmente, Brasil, e mercados do Leste da Europa e Médio Oriente.
A BOND tem mais de meio milhar de clientes, emprega centena e meia de pessoas e investe anualmente 350 mil euros em investigação e desenvolvimento, principalmente em produtos próprios desenvolvidos sobre plataformas existentes mas que acrescentam valor, observou Pena Dias.