As vendas de computadores portáteis em Portugal caíram 22% em 2010, ficando ligeiramente acima do milhão de unidades, ao nível de 2008, devido à forte quebra de entregas dos programas e-escolas e e-escolinhas, segundo dados do Observatório Toshiba.
Jorge Borges, director de marketing da Toshiba Portugal, assinalou que se considerarmos as vendas de portáteis sem programas educação, as vendas no retalho (que representaram cerca de 60% do total) e a empresas subiram 10% no ano passado.
Na apresentação à imprensa das conclusões do Observatório Toshiba, Jorge Borges adiantou que em 2010 houve um crescimento forte no primeiro semestre, com a sensação de que a crise financeira tinha passado, e abrandou na segunda metade do ano, com aumento do IVA e as medidas económicas.
Indicou que para 2011 é previsível uma queda de 10% das vendas de portáteis, devido a nova retracção nos programas para o sector da educação.
O director de marketing da Toshiba Portugal assinalou que em 2009 os projectos para a educação representaram mais de 30% das vendas de portáteis, em 2010 menos de 20% e no ano em curso deverão andar pelos 10%
João Amaral, director-geral da empresa, disse que há uma redefinição do projecto e-escolas, que continuará a interessar aos operadores mas em que o governo não estará interessado em envolver-se.
Jorge Borges assinalou que os operadores de telecomunicações estão preocupados com o risco da subsidiação do preço inicial e a Toshiba está em contacto com os operadores no país e o centro de investigação no Japão para desenhar um sistema que permita bloquear remotamente os portáteis de clientes que deixem de pagar aquilo a que se comprometeram.
Relativamente aos preços dos portáteis, depois de dois anos de embaratecimento de cerca de 20% ao ano devido ao efeito dos netbooks, Jorge Borges disse que em 2010 os preços baixaram apenas 3 a 4%.
João Amaral salientou que o custo de alguns componentes encareceram e as margens de venda são muito baixas, o que dificulta o investimento para inovar e criar novos produtos com mais valias.
Jorge Borges recordou que os desktop (computadores de secretária) chegaram a um preço médio abaixo dos 300 euros, atingiu-se um ponto crítico e hoje o preço médio anda entre os 300 e os 400 euros e que o mesmo deverá suceder com os portáteis.
Os responsáveis da Toshiba afirmaram que os tablet PC estão no arranque e ainda há várias incógnitas no mercado mas defenderam que os tablet serão preferidos para algumas funcionalidades mas não vão afectar crescimento de vendas de outros portáteis.
Depois de um arranque incipiente de vendas de tablet PC em 2010, Jorge Borges admite que este ano se vendam entre 70 mil e 100 mil tablet PC em Portugal e que em 2012 se ultrapassem as 150 mil unidades.
João Amaral defendeu que para o êxito dos tablet PC é necessário que as plataformas Internet evoluam.
Quanto à televisão, o director-geral defendeu que o 3D (três dimensões) não é a tecnologia mais importante e a tecnologia de LED será o principal factor de desenvolvimento do mercado, proporcionando alta definição da imagem e benficiando da actual redução substancial dos preços.
Para João Amaral, a tecnologia 3D sem óculos ainda é embrionária e implica que os fornecedores de conteúdos forneçam programas utilizando essa tecnologia.
Jorge Borges indicou que as vendas de televisões LED representaram 15% do total em 2010, peso que deverá evoluir para 35% do mercado este ano e para 70% em 2012.
O director de marketing previu que as vendas de televisões cresçam 20% em 2011 e apontou como objectivo da Toshiba, que entrou neste mercado em 2009, atingir 5% de quota de mercado este ano.
Relativamente aos portáteis, indicou que a Toshiba conseguiu manter a sua quota de mercado acima de 20% em 2010, percentagem que espera manter em 2011, observando que os dados da consultora GSK mostram a Toshiba em segundo lugar em número de unidades, muito próxima da HP, e em primeiro lugar em valor de vendas.
Jorge Borges assinalou que o Observatório Toshiba cruza informação de diferentes estudos de mercado de diversas consultoras de tecnologia com informação interna da Tohiba e dados obtidos junto dos canais de distribuição.
O Observatório Toshiba realizou-se em 2010 pelo quinto ano consecutivo.