Digital representa 4,6% do PIB português

Publicado em 23/02/2019 00:39 em Destaques

O director-geral da Google Portugal, Bernardo Correia, revelou que a digital em Portugal representava em 2017 cerca de 9 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 4,7% do PIB nacional.

Numa apresentação de um estudo do Boston Consulting Group (BCG) encomendado pela Google, Bernardo Correia recordou que o BCG lhe fez pela primeira vez em 2009 um estudo deste tipo, incidindo no Reino Unido, que revelava que nessa altura, há 10 anos, o digital representava 7,2% da economia britânica, o que é revelador do atraso actual do país neste domínio.

O director-geral da Google em Portugal destacou que é preciso aproveitar o potencial de crescimento de Portugal nesta área, como a existência de talento, para utilizar esta revolução digital em benefício do país.

Bernardo Correia garantiu que a Google «apoia Portugal nesta viagem»e é das empresas que mais aposta em Portugal e contribui para a formação e requalificação nesta área, contribuindo para a digitalização do mercado português.

Recordou que com o lançamento do Atelier Digital em 2017, a Google já formou em ano e meio cerca de 50 mil pessoas que ficam com certificação de qualificações digitais.

Citou, ainda, outros programas da Google que apoiam a literacia e o desenvolvimento digital em, Portugal, como o Gen10s, em colaboração com o Ministério da Educação, que visa aumentar as competências digitais das crianças de meios mais desfavorecidos e já treinou 4 mil crianças e o programa Android Training que visa treinar um milhar de programadores portugueses coim formação avançada em tecnologia Android.

Bernardo Correia destacou o investimento de mais de 7 milhões de euros em projectos portugueses de media digital e em grupos de imprensa como Observador, Público e Impresa e a parceria com a Associação de Imprensa no combate às «fake news».

Observou que o programa Arts & Culture, que teve apresentação em 2018 em Lisboa, permitiu a digitalização e disponibilização online de 3 mil obras de arte portuguesas.

O director-geral da Google em Portugal apontou a urgência de investimento das empresas no digital e defendeu que o mundo novo das startups pode ensinar muito às empresas tradicionais, garantindo que a Google éuma das empresas que mais investe em Portugal e mais apoia o país.

Pedro Pereira, director-geral da BCG, indicou que o estudo da consultora sobre como está o digital em Portugal revela que três em quatro portugueses têm acesso à Internet em casa, abaixo da média europeia e dos países da Europa Ocidental com que foi comparado, que 45% dos internautas portugueses não abdicariam da Internet em troca de nada e que passam online em média uma hora e 10 minutos (21,8%) do seu tempo livre.

Estimou que se Portugal se conseguir afirma como um «hub» digital europeu pode conseguir um impacto potencial de mais de 20 mil milhões de euros em 2025.

Os 9 mil milhões de euros que o digital pesa na economia se devem ao consumo privado, que inclui o e-commerce, a despesa em software e hardware e no acesso à Internet, entre outros, o investimento privado e público em infra-estruturas de acesso à Internet e em tecnologias da informação e comunicação (TIC) e o valor Ííquido da balança comercial (exportações menos importações) de produtos e serviços digitais).

Pedro Pereira recordou que 50% dos consumidores pesquisam na Internet produtos disponíveis e preços, mesmo quando não compramos online e vamos à loja física, e isso é considerado o impacto «digital enabled» no PIB, porque é influenciado e potenciado pelo digital.

Observou que 44% das pessoas usam também a Internet já dentro das lojas físicas para fazerem comparações de opreços e produtos.

O director-geral da BCG adiantou que 40% dos turistas planeiam as viagens e escolhem com base em recomendações online e 60% fazem reservas de alojamento através de plataformas Internet, o que significa que se incluirmos o impacto digital em sectores como o turismo o impacto é muito maior.

Sustentou que o primeiro passo para a maior digitalização das empresas é estarem online com qualidade, focadas nas necessidades dos clientes e em garantirem aos utilizadores uma experiência de excelência.

Destacou a necessidade de unificar as experiências online e offline para não criar disrupções, «porque op mundo não é só digital».

Pedro Pereira apontou a necessidade de aposta na literacia digital, fomento do investimento interno e externo, bom nível de conhecimentos digitais, um reforço do acesso dos portugueses à Internet, preocupação com a cibersegurança.

Indicou como pontos positivos para o país a fluência dos portugueses com línguas estrangeiras, a atractividade do país, nomeadamente ao nível do clima e de conquista de grandes eventos tecnológicos como a Web Summit.

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