Utilizadores Internet já são mais metade população mundial

Publicado em 13/12/2018 23:52 em Destaques

O número de utilizadores de Internet no planeta ultrapassou este ano metade da população mundial, estima a União Internacional de Telecomunicações (UIT), a agência especializada das Nações Unidas para a área das Tecnologias da Informação e Comunicações (TIC).

A UIT estima que 2018 chegará aio fim com 3,9 mil milhões de utilizadores de Internet, o equivalente a 51,2% da população total da Terra.

Houlin Zhao, secretário-geral da UIT, citado num documento da agência da ONU, destaca os grandes progressos que o mundo tem feito em direcção à construção de uma sociedade da informação mais inclusiva.

Alerta, contudo, para que demasiadas pessoas em todo o mundo ainda esperam colher os benefícios da economia digital.

A UIT destaca que nos países desenvolvidos a percentagem de população utilizadora de Internet subiu de 51,3% em 2005 para 80,9% este ano, verificando-se um abrandamento do crescimento.

Acrescenta que nos países em desenvolvimento verificou-se um crescimento muito mais sustentado, de 7,7% de utilizadores da rede das redes em 2005 para 45,3% no fim do ano em curso, mas nos 47 países menos desenvolvidos do mundo, apenas uma em cada cinco pessoas tem acesso à Internet.

O crescimento mais forte no número de utilizadores ocorreu em África, onde em 2005 representavam 2,1% da população do Continente para atingirem 24,4% no fim de 2018.

Aquela agência das Nações Unidas define como metas atingir os 70% de indivíduos do planeta com acesso á Internet em 2023 e os três quartos em 2025.

A UIT indica que o acesso a comunicações telefónicas móveis está a tornar-se predominante, mantendo a tendência reportada em 2017. Enquanto o serviço fixo telefónico continua a declinar, não indo actualmente além de uma taxa de penetração de 12,4%, o número de subscrições de telefonia móvel já excede a população total do globo.

O crescimento das subscrições de serviços móveis nos últimos cinco anos foi liderado pelos países da região da Ásia/Pacífico e de África.

Em relação aos acessos à Internet em banda larga, as ligações fixas de banda larga têm aumentado continuamente e já atingem 1100 milhões, acima dos 942 milhões de ligações telefónicas fixas.

Contudo, a UIT destaca que o maior crescimento se verifica nas subscrições de banda larga móvel, que passaram de 268 milhões em 2007 (4,0 por 100 habitantes) para 5,3 mil milhões em 2018 (69,3 por 100 habitantes).

Adianta que também nesta área os países em desenvolvimento registaram aumentos de subscrições muito mais rápidos do que os estados industrializados e atingiram no fim do ano em curso taxas de penetração de 61 por 100 habitantes. Observa que os maiores crescimentos da banda larga móvel se verificaram na Ásia/Pacífico, nos Estados Árabes e em África.

De recordar que muitos utilizadores têm dois ou mais telemóveis ou smartphones, o que explica taxas de penetração de telefonia móvel claramente acima dos 100%.

A UIT garante que 96% da população mundial vive em zonas com acesso a serviços móveis e 90% está em áreas com cobertura de acesso à Internet com tecnologias de terceira geração móvel (3G) ou superiores.

A UIT estima que quase metade das casas do planeta têm pelo menos um computador no fim de 2018, acima dos cerca de 25% de 2005. Nos países desenvolvidos 83,2% dos lares têm pelo menos um computador, o que compara com 36,3% nos países em desenvolvimento, percentagem que não excede os 9,2% em África.

A UIT assinala que a falta de competências em TIC é um impedimento ao acesso das pessoas à Internet e os utilizadores de computadores nos países desenvolvidos parecem ter mais qualificações digitais do que os dos países em desenvolvimento, o que é um sério constrangimento ao potencial de desenvolvimento nestes últimos.

A UIT indica que um terço dos utilizadores de informática não dispõe de competências digitais básicas, como copiar ficheiros ou pastas ou fazer copiar/inserir ficheiros e só 41% tem competências standard como instalar ou configurar software ou usar fórmulas básicas em folhas de cálculo.

Aquela organização internacional sublinha que as desigualdades de competências digitais entre países reflectem problemas históricos de desigualdade e que as diferenças se verificam tanto em crianças como em adultos.

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