O Instituto de Telecomunicações (IT), uma instituição universitária, anunciou que está a explorar o desenvolvimento de uma nova forma de detecção do cancro de mama que recorre à utilização de imagens por microondas.
Em comunicado, o IT adianta que a imagem por microondas oferece um maior contraste entre os tecidos saudáveis e os malignos, o que permite um diagnóstico preliminar mais confiável, apesar de não permitir a mesma resolução dos Raios X.
Observa que o rastreio primário do cancro de mama (o segundo tipo de cancro mais comum no mundo) através de mamografias é um método que utiliza radiação ionizante e tem procedimentos, como a compressão da mama, que envolvem algum desconforto.
O Instituto sublinha que as microondas têm níveis de potência inferiores aos usados nos dispositivos correntes de comunicações pessoais e não envolvem riscos conhecidos para a saúde, além de não necessitarem de qualquer tipo de manipulação da mama.
Acrescenta que a nova tecnologia é mais barata do que a usada nos Raios X, o que potencia a sua utilização para rastreios em larga escala.
O Instituto de Telecomunicações indica que está a apostar no desenvolvimento de novas soluções, ao nível de hardware (equipamentos) e de processamento de sinal, que superem os desafios que a tecnologia de imagem por microondas ainda enfrenta e que têm sido tema de investigação em todo o mundo.
O IT refere que os resultados que obteve são promissores e que o objectivo passa agora por construir um demonstrador do conceito que integrará os avanços obtidos.
Destaca que o aluno de doutoramento do IT João Felício ganhou o prémio ANACOM-URSI de 2017 com o trabalho desenvolvido naquela área.