Microsoft vai certificar 70 mil alunos dos politécnicos em três anos

Publicado em 06/12/2017 00:34 em Destaques

A Microsoft Portugal e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) assinaram hoje um protocolo para alargar a rede de Academias Microsoft a todas as instituições portuguesas do ensino superior politécnico.

Falando na cerimónia de assinatura do protocolo, a directora-geral da Microsoft Portugal, Paula Panarra, indicou que no âmbito deste projecto serão certificados em três anos serão certificados 60 mil alunos como especialistas na ferramenta de produtividade Office e 10 mil como Microsoft Technology Associates.

Paula Panarra destacou que o protocolo permite alargar a Microsoft Imagine Academy a 22 instituições do ensino politécnico.

Acrescentou que é preocupação da Microsoft desenvolver hoje o que será usado no mundo de amanhã e por isso preocupa-se muito com o capital humano e previu que no futuro 30% dos indivíduos mais qualificados estarão a trabalhar em áreas novas relacionadas com os dados.

A responsável da Microsoft salientou que 40% dos europeus têm competências digitais insuficientes ou não as têm e 42% dos que não possuem competências digitais estão desempregados.

Apontou como cinco tendências futuras significativas sobre o capital humano que em 2020 cerca de 30% dos postos de trabalho tecnológicos não serão preenchidos por falta de pessoas qualificadas, que 70% das profissões actuais estarão significativamente diferentes ou obsoletas dentro de uma década e que quase dois terços das crianças que agora entram na escola primária trabalharão em profissões que ainda não existem.

A directora-geral da Microsoft Portugal previu, ainda, que 30% dos indivíduos mais qualificados serão necessários para profissões de «data science» e «machine learning» e que o novo tempo de vida de algumas competências de engenharia estará entre dois anos e meio e cinco anos.

Considerou a inteligência artificial (AI), a robótica, a impressão em 3D e a Internet das Coisas (IoT) são quatro tecnologias que vão mudar o mundo do trabalho.

Apresentou como componentes chave das competências digitais a informação e gestão de dados, a segurança informática, a comunicação e colaboração através de tecnologias digitais e a criação de conteúdos digitais.

Paula Panarra observou que a grande flexibilidade trazida pelas tecnologias digitais vai obrigar a uma actualização e requalificação constante dos trabalhadores no futuro e indicou que a companhia tem um conjunto de iniciativas para capacitar as pessoas para as tecnologias e combater a exclusão digital, que incluem a iniciação à programação na instrução primária, a participação no Dia da Internet Segura, a Microsoft Virtual Academy, o ensinar com tecnologia, a criação de competências em Microsoft Azure ou a iniciativa de segurança na Internet para professores.

Indicou que a Microsoft Imagine Academy fornece competências em informática (nas mais recentes ferramentas e técnicas de programação), em infra-estruturas de TI - tecnologias da informação (competências de administração de TI e soluções de plataformas na nuvem), formação em ferramentas de produtividade, designadamente Office, e em ciência e ferramentas de dados.

O presidente do CCISP, Nuno Mangas, destacou que os institutos Superiores Politécnicos têm uma rede de instituições de Norte a Sul do país e regiões autónomas, o que significa que com o protocolo se estão a levar competências tecnológicas a todo o território nacional.

Considerou que a iniciativa tem um efeito multiplicador e há um conjunto de áreas diversas onde se podem certificar competências digitais e não apenas nas informáticas.

Fernanda Rollo, secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, garantiu que ainda não houve nenhum desafio que o ministério tivesse discutido com a Microsoft que não tenha avançado.

Disse que é muito sensível á necessidade de competências digitais e de inclusão digital e defendeu que é necessário fazer um esforço de inclusão social, dando mais competências e maior realização pessoal.

Fernanda Rollo disse que o governo quer ter cada vez mais pessoas no ensino superior e que estão nesse grau de ensino um terço dos que deviam estar.

Pedro Veiga, presidente do júri do Imagine IT Challenge, que envolveu equipas de institutos politécnicos, destacou que em 2020 haverá 25 mil milhões de dispositivos IoT ligados à Internet e que essa tecnologia vem para ficar e vai aumentar a qualidade de vida das pessoas, mas traz novos desafios na área da cibersegurança e privacidade.

Relativamente ao protocolo de acordo, assinalou que há imensas empresas que se querem instalar em Portugal no interior e que precisam de pessoal qualificado.

Defendeu a necessidade de atrair mais jovens mulheres para as áreas das tecnologias de informação e comunicação (TIC) onde a sua presença ainda é insuficiente.

Uma equipa do Politécnico de Leiria venceu o Imagine IT Challenge, ficando em segundo lugar uma de Santarém e em terceiro uma equipa de Portalegre.

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