A Comissão Europeia (CE) anunciou o início uma investigação contra o Google por suspeita de abuso de posição dominante no mercado de motores de busca e de práticas violadoras da concorrência.
A investigação da CE decorre de reclamações de empresas concorrentes. No início do ano, o procurador-geral do Texas, nos Estados Unidos, iniciou uma investigação semelhante, igualmente após reclamações de empresas concorrentes.
Os concorrentes acusam a Google os colocar em desvantagem, nomeadamente nas pesquisas patrocinadas por publicidade. A Comissão vai investigar também se a Google põe limitações aos seus anunciantes para evitar que aqueles façam publicidade em motores de busca rivais.
Caso se comprovem as acusações, a Comissão Europeia poderá impôr multas até um montante de 10% das receitas da empresa condenada.
Com base no volume de negócios de 2009, que foi de 6 670 milhões de dólares, o correspondente a cerca de 5 140 milhões de euros, a empresa estaria sujeita a uma penalidade que poderia ultrapassar os 500 milhões de euros caso a Comissão Europeia a considerasse culpada das práticas de que é acusada.
A Google emitiu uma curta nota para a imprensa em que se manifesta aberta «a qualquer recomendação» e garante que vai «trabalhar com a União Europeia para responder a qualquer dúvida que possa ter».
«Desde a fundação do Google que temos trabalhado conscientemente para fazer o melhor, quer para os utilizadores, quer para a indústria, garantindo que os anúncios estejam sempre claramente identificados, tornando possível e fácil aos utilizadores transportarem os seus dados quando mudam de serviço e fazendo grandes investimentos em projectos de código aberto», garante o líder mundial dos motores de busca.
Num «post» colocado no blog oficial da Google, os vice-presidentes Susan Wojcicki e Udi Manber afirmam que a empresa sempre esteve focada em proporcionar aos utilizadores as melhores respostas no mínimo de tempo possível e que a inovação na engenharia e no produto permitiu obter resultados de que os utilizadores parecem gostar.
Os dois responsáveis da companhia de Silicon Valley, criada em 1988 por Larry Page e Sergey Brin, consideram compreensível que, dado o êxito da empresa e a natureza disruptiva do seu negócio, tenha suscitado incómodo nos concorrentes e chamado a atenção dos reguladores.
Susan Wojcicki e Udi Manber sublinham que o Google foi construído para os utilizadores e não para os sítios Internet e que nem todos os websites podem aparecer na primeira página de resultados da pesquisa.
Acrescentam que, antes do Google, alguns motores de busca ganhavam dinheiro com a inclusão de resultados sem que isso fosse claro para os utilizadores, enquanto a Google sempre separou os conteúdos publicitários dos resultados orgânicos da busca.
Os dois vice-presidentes garantem que «a única constante [do Google] é a mudança» e que a companhia continua a desenvolver e a melhorar a sua tecnologia.
«Continuando focados na inovação, podemos continuar a tornar a pesquisa ainda melhor para benefício dos utilizadores de todo o mundo», concluem aqueles altos responsáveis da companhia.