Mercedes Benz cria em Lisboa centro competências digitais

Publicado em 10/05/2017 01:34 em Destaques

A Mercedes Benz anunciou hoje a criação em Lisboa do seu primeiro centro de competências digitais, o «Digital Delivery Hub» a funcionar desde o início do mês na capital portuguesa.

Em apresentação à imprensa, responsáveis internacionais da marca alemã indicaram que a Mercedes está a recrutar e prevê atingir 125 trabalhadores naqurele centro de competências, nas áreas de software, apps, big data, computação na nuvem e Java, entre outras.

Na apresentação, os responsáveis da Mercedes anunciaram também que a marca vai ser um dos principais patrocinadores da Web Summit, o maior evento internacional de tecnologias e startups, que se realizou pela primeira vez em Portugal em Novembro de 2016 e volta a decorrer em Lisboa pelo menos em 2017 e 2018.

Indicaram que a Mercedes se congratula com a sua cooperação com a Web Summit, como patrocinador principal da próxima conferência de Novembro, nomeadamente através do patrocínio da competição PITCH, que dá às startups a possibilidade de apresentarem as empresas e as suas ideias em poucos minutos perante uma audiência internacional.

O CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, considerou «fantástico» trabalhar com «uma companhia tão incrível» como a Mercedes Benz e revelou que o construtor automóvel terá um papel de relevo na competição Pitch de 2017 da Web Summit.

Paddy Cosgrave assinalou o grande crescimento da empresa Web Summit, criada há sete anos e que organiza o grande evento com o mesmo nome, para além de outros de menor dimensão.

A Web Summit registou um grande aumento no número de participantes na edição de 2016, que se realizou pela primeira vez na capital portuguesa, e deverá continuar a crescer em 2017.

Sabine Scheunert, vice-presidente da Mercedes Benz Cars, indicou que a decisão sobre o melhor local para instalar o «Digital Delivery Hub» foi profundamente analisada e consideradas várias cidades europeias, que congregassem as pessoas certas, as competências certas e a atitude cultural certa.

Observou que a escolha recaiu sobre Lisboa porque os valores de empreendedorismo, criatividade e inovação da Mercedes são valores encarnados pela cidade e pelo povo de Lisboa.

Defendeu que a instalação daquele centro de competências em Portugal é apenas o princípio de uma longa e frutuosa cooperação

Sabine Scheunert considerou que a Mercedes fabrica «os melhores automóveis do mundo» mas a indústria automóvel está a mudar rapidamente e o comportamento, necessidades e expectativas dos consumidores estão constantemente a mudar e já não é suficiente fabricar os melhores automóveis para garantir um futuro de sucesso.

É preciso desenvolver produtos digitais para todo o mundo que forneçam experiências de luxo que abranjam todas as facetas do movimento das pessoas no dia a dia, acrescentou.

Conrad Fritzsch, director de marketing digital da Mercedes Benz Cars, observou que alguns elogiaram Lisboa como a próxima Sillicon Valley europeia, mas o que torna Lisboa perfeita é a cultura, o espírito empreendedor, o talento criativo, a abertura de espírito, a curiosidade do seu povo, as qualificações e o bom clima.

Ironizou que, se àqueles critérios juntarmos o sol, o surf e os pastéis de nata, Lisboa é realmente a cidade mais espantosa da Europa.

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, destacou a escolha da capital portuguesa para intalação de um centro digital de uma das empresas mais avançadas e tecnologicamente evoluídas e garantiu que Lisboa quer continuar a ser uma cidade que produz talentos e aposta nas universidades e na formação de pessoas altamente qualificadas.

O primeiro-ministro, António Costa, garantiu que Portugal é um país aberto à atracção de investimento e de talentos e ao cruzamento de culturas, na sequência da maior reforma estrutural do país, iniciada há 20 anos em Portugal com a aposta na ciência e na engenharia.

Afirmou que fruto dessa aposta, da visão de investir na inovação e na qualificação, Portugal passou em 10 anos de um peso de 3% dos cientistas e engenheiros na população activa para 6,6%, enquanto a média da União Europeia passou de 4,7% para 7%.

António Costa salientou que o resultado do investimento na ciência e engenharia nas últimas duas décadas é ainda mais vísivel se considerarmos os jovens cientistas e engenheiros, entre os 25 e os 34 anos, que em 10 anos passaram de 4,7% para 11% dos activos naquela faixa etária, superando a média da UE (8,8%).

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