A nova app Via Verde Transportes, desenvolvida pela Novabase e pela Via Verde Portugal, vai permitir a partir do final de 2017 pagar com um smartphone as viagens na Carris, Metro e Transtejo e noutros operadores de transportes que adiram entretanto, foi hoje anunciado em Lisboa.
Na apresentação à imprensa, os responsáveis pela iniciativa indicaram que esta é uma parceria entre os três operadores de transportes de Lisboa, a tecnológica nacional Novabase e a Via Verde Portugal (grupo Brisa) para construir uma plataforma tecnológica inovadora que permite viajar nos transportes públicos da cidade de Lisboa pagando com o smartphone através de uma aplicação que escolhe automaticamente a tarifa mais vantajosa para o utente.
Manuel Garcia, responsável da Novabase por esta parceria, salientou que esta é uma plataforma de mobilidade que funciona na nuvem e que pode estar disponível em qualquer local e que está aberta à adesão de qualquer operador de transportes públicos de passageiros.
Salientou que para aceder a este meio de pagamento pode-se usar a conta Via Verde que se utiliza para o automóvel ou subscrever uma conta Via Verde só para este efeito.
Manuel Garcia indicou que esta plataforma permite associar à conta outras pessoas, como cônjuge ou filhos, sendo possível definir um limite mensal de despesa para cada familiar associado à conta.
Revelou que a App tem outras funcionalidades, como permitir identificar os meios de transporte disponíveis no local e os respectivos operadores, e, através do algoritmo «Smart Pay as You Go», calcular automaticamente a melhor tarifa a aplicar.
Exemplificou que um cliente que saiu da Carris e entrou no Metro poderá não ter custos nessa última viagem.
O responsável da Novabase sustentou que é um sistema completo com um enorme conjunto de funcionalidade, mas simples e intuitivo e que facilita o dia-a-dia dos utilizadores.
Manuel Garcia indicou que aproximando o smartphone com Bluetooth ligado do identificador existente nos transportes da Carris ou ligado às barreiras do Metropolitano e da Transtejo, a app vai validar a viagem e/ou abrir as barreiras na entrada e saída, observando que a aplicação está também preparada para que um fiscal possa autenticar um passageiro que a utilizou.
Pedro Mourisca, responsável da Via Verde Portugal, garantiu que o objectivo é dar aos utilizadores de transportes públicos as vantagens que a Via Verde trouxe para os automobilistas, oferecendo uma forma fácil de aceder e pagar os serviços e trazer mais utentes e viagens para os transportes públicos.
Destacou as vantagens para os operadores de transportes e para os utilizadores da desmaterialização da bilhética.
Pedro Mourisca referiu que aquele sistema foi 100% concebido e desenvolvido pela engenharia portuguesa.
Manuel Garcia disse ao Falar de Economia e Tecnologia que a opção pela comunicação por Bluetooth com os dispositivos de validação dos transportes visa conseguir uma universalidade de utilização, porque a generalidade dos smartphones dispõe de tecnologia Bluetooth.
Revelou que a Novabase desenvolveu um hardware específico para este projecto, que designou por Zabeacon, que assegura a interface Bluetooth de baixa energia entre o smartphone e a validação em operadores sem estações fechadas ou o desbloqueamento de barreiras nos que têm estações fechadas.
Para Manuel Garcia, esta é uma solução de baixo custo adaptável à generalidade dos operadores de transportes públicos de passageiros.
Revelou ao Falar de Economia e Tecnologia que, do ponto de vista do projecto, são ainda necessários alguns desenvolvimentos adicionais, seguidos de uma fase de testes intensos, que deverão ocorrer no segundo trimestre, além de uma fase de instalação física de equipamentos, o que explica que o lançamento comercial desta plataforma esteja previsto para o último trimestre de 2017.
O Secretário de Estado do Ambiente, José Neves, indicou que está previsto intensificar a utilização de veículos eléctricos nos transportes públicos e estão disponíveis 80 milhões de euros para s transição para veículos com maior eficiência ambiental.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, relacionou o projecto com a necessidade de aumentar a oferta de transportes públicos na área metropolitana de Lisboa e reganhar a confiança dos cidadãos nos transportes públicos, o que implica disponibilizar transportes confiáveis, cómodos e acessíveis.
Apontou como «desafio maior» a articulação dos sistemas de transportes da Área Metropolitana de Lisboa, observando que a maior dificuldade não está na tecnologia mas nas instituições.
Sustentou que a questão da bilhética e dos novos meios de pagamento poderá ser um ponto de partida para a necessária articulação entre operadores.