O acesso à Internet leva a que as pessoas se envolvam mais na política e no voluntariado, façam mais amigos e frequentem mais teatros, cinemas, concertos, bares e eventos desportivos, afirma um estudo do Instituto de conjuntura económica alemão Ifo.
Um estudo dos economistas Ludger Woessmann, Stefan Bauernschuster e Oliver Falck, daquele instituto de conjuntura ligado à Universidade de Munique, refuta a opinião muito difundida de que as pessoas que utilizam a Internet se isolam do mundo real.
Os economistas do Ifo analisaram a relação entre o acesso à Internet em banda larga e o comportamento social, utilizando um painel de 18 mil pessoas, comparando as que beneficiavam de redes que proporcionam acessos DSL de banda larga e as que estavam limitadas por redes de tecnologia OPAL, que não é compatível com a tecnologia DSL.
Os investigadores salientam que este facto garante que a disponibilidade ou não da Internet de banda larga não é, no caso das redes OPAL, uma decisão pessoal consciente, o que permite eliminar um possível factor de enviesamento das conclusões.
Os resultados apontam no conjunto para um efeito positivo do acesso à Internet de banda nos contactos sociais e no empenhamento social, na política local ou iniciativas de cidadãos, gerando pessoas mais activas e com mais amigos.
“Em nenhum caso dos numerosos aspectos de comportamento social examinados houve qualquer evidência de efeitos negativos do acesso à Internet”, explicam os investigadores.
Sublinham que isto contradiz frontalmente a ideia generalizada de que os novos meios e tecnologias têm uma repercussão negativa nos comportamentos sociais.
Os autores salientam que o estudo vem provar pela primeira vez que a Internet não destrói as relações sociais mas que até tende a dinamizá-las.
“A Internet liga pessoas e em geral ajuda-as a serem mais sociáveis e mais empenhadas social e politicamente”, concluem os investigadores do Ifo.