Portugal é o primeiro país da zona euro a apresentar transferências imediatas com o MB Way, uma solução da SIBS para telemóveis que permite pagamentos e transferências imediatas de dinheiro à escala nacional, indicou Teresa Mesquita, directora da SIBS –Sociedade Interbancária de Serviços.
Falando no Mobile Fórum Portugal 2016, Teresa Mesquita destacou que há alguns países europeus, como o Reino Unido, Dinamarca, Suécia e outros, que já disponibilizam transferências imediatas mas que não pertencem à zona monetária do euro.
A directora da SIBS garantiu que a MB Way permite fazer compras com o telemóvel em lojas físicas ou online com a mesma segurança que tem um cartão bancário.
Precisou que se paga introduzindo o número de telemóvel e recebe-se uma mensagem no smartphone para se validar a compra com o código PIN do MB Way, que deve ser diferente do PIN do telemóvel, ou, em alternativa, gera-se um número de cartão de crédito virtual MB Net, definindo o prazo de utilização (se não for para compra única) e o valor limite das transacções.
Teresa Mesquita indicou que o MB Way, lançado há poucos meses, tem 14 entidades financeiras aderentes e está disponível para 95% dos cartões emitidos em Portugal, tem actualmente 150 mil utilizadores, com um crescimento de 15% ao mês e processa 1220 operações por dia.
Cláudia Queiroz, da Ericsson, indicou que a fabricante sueca de equipamentos e soluções para redes de telecomunicações prevê que o número de smartphones vai multiplicar-se por 12 até 2021 e indicou que as redes GSM ainda são as mais utilizadas, embora em perda de peso, enquanto em 2020 as redes de quarta geração se tornarão dominantes, com cerca de 4,3 mil milhões de utilizadores no mundo.
A Ericsson espera que em 2021 o vídeo represente cerca de 70% do tráfego móvel de dados.
Cláudia Queiroz revelou que os adolescentes (16 aos 19 anos) vêem mais de 85% de vídeos nos telemóveis do que há quatro anos atrás e indicou que aquela faixa etária se diz disposta a pagar mais para ter maiores velocidades de ligação e mais tráfego de dados, o que terá consequências no mercado futuro.
Sebastião de Lancastre, CEO da Easy Pay, anunciou que a empresa vai lançar ainda este ano uma aplicação, baseada nas redes «Blockchain», que permitirá fazer pagamentos em tempo real para países que utilizam divisas diferentes do euro.
Duarte Lopes, director da NOS, defendeu que em grande parte a canibalização dos dados móveis pelo WiFi se deveu a uma oferta insuficiente nos pacotes de dados móveis e indicou que a NOS aumentou o limite de tráfego de dados móveis nos seus pacotes e que o WiFi é uma oportunidade pela sua complementaridade ao tráfego de dados móveis.
Criticou a posição dos reguladores da União Europeia, a quem acusou de terem posições maximalistas, e considerou que a posição do BEREC é contraditória com os objectivos da futura quinta geração móvel (5G) em matéria de alocação de recursos.
Duarte Lopes defendeu que o investimento no 5G implica garantias em termos regulatórios, nomeadamente quanto aos princípios base de segmentação da oferta.
António Margato, director da Vodafone, considerou que as novas tarifas de roaming impostas pela Comissão Europeia (CE) são um desafio para os operadores móveis, em particular para os países fortemente receptores de turistas como Portugal, em que com a crescente utilização da rede é necessário investir na garantia da qualidade do serviço para os clientes dos operadores nacionais.
O responsável da Vodafone sublinhou que todos os operadores de telecomunicações estão preocupados com as barreiras regulatórias e com os constrangimentos daí decorrentes face às necessidades de investimento.
João Epifânio, director da PT, considerou que as regulações europeias e nacionais têm retirado receitas aos operadores e destacou que as receitas dos operadores portugueses são afectadas com as recentes decisões sobre as tarifas de roaming, que implicam o facto «um pouco estranho» de se transferir riqueza dos países do Sul para os do Norte, mais desenvolvidos.
Sublinhou que o sector de telecomunicações tem necessidade de investimento constante em infra-estruturas de última geração e recordou que o investimento na quarta geração móvel ainda não está amortizado.