A Fujitsu Portugal inaugurou hoje em Braga, com a presença do primeiro-ministro, uma extensão do seu Centro de Competências, que funciona desde 2008 em Lisboa.
Em declarações à margem da inauguração, Carlos Barros, director-geral da Fujitsu Portugal, indicou que as novas instalações de Braga representaram um investimento de 1 milhão de euros e nelas trabalham cerca de 100 pessoas, 70% delas licenciadas, devendo chegar às três centenas até ao fim de 2016.
Carlos Barros salientou que a Fujitsu Portugal investiu no país cerca de 15 milhões de euros desde 2008, dos quais 10 milhões de euros no Centro de Competências em Lisboa e 1 milhão nas instalações em Braga.
Justificou a escolha de Braga por, nomeadamente, ser uma cidade com universidade, o que permite um acesso continuado a recursos qualificados, pela parceria da Fujitsu com a Universidade do Minho e pelo apoio dado pela Invest Braga.
Carlos Barros destacou que o êxito e a qualidade do Centro de Competências de Lisboa, a funcionar no âmbito do Global Delivery Center (GDC) da Fujitsu, foi a base para conseguir o Centro em Portugal, em Braga, face a possíveis localizações concorrentes.
O director-geral da Fujitsu Portugal destacou que o Centro em Lisboa começou em 2008 com duas centenas de trabalhadores e tem actualmente mais de 900, cerca de 80% dos quais com licenciatura.
Carlos Barros disse que a Fujitsu Portugal é o maior empregador japonês em Portugal, contando actualmente com 1.300 trabalhadores, que deverão chegar aos 1500 até ao fim do ano, e uma das maiores empresas tecnológicas do país.
Sofia Barbosa, directora do Centro em Portugal do Global Delivery Center, precisou que a actividade em Braga não é complementar da de Lisboa porque as competências, tal como as metodologias, são as mesmas nos dois locais, sendo o alvo de Braga as línguas espanhola, francesa, portuguesa e inglesa.
Salientou que o Centro português do GDC apoia 350 mil utilizadores de empresas de 150 países de todo o mundo em 23 línguas diferentes, das 40 línguas em que o GDC presta serviços, e resolve 1,3 milhões de incidentes por ano. Destacou que há pessoas a falar fluentemente até cinco línguas.
Sofia Barbosa salientou que a cultura portuguesa se adapta muito bem a outras culturas de uma maneira completamente diferente do que acontece noutros países e que os portugueses têm facilidade com línguas estrangeiras.
Apontou como factores diferenciadores em relação a outras multinacionais com centros de serviços no país, o facto de a Fujitsu contratar directamente as pessoas e não recorrer a «outsourcing» (subcontratação) e de investir na formação e desenvolvimento dos trabalhadores e na sua retenção na companhia.
Sofia Barbosa adiantou que os novos recursos do Centro de Formação, que têm de ter competências técnicas e linguísticas adequadas, recebem um mínimo de três semanas de formação, que pode chegar até às seis semanas em função do trabalho que irão fazer.
Observou que o Centro dá suporte a tecnologias Fujitsu e de outros fabricantes.
Falando na cerimónia de inauguração, Carlos Barros salientou que o Centro de Braga representou um investimento significativo, reforça a capacidade da Fujitsu em Portugal e é prova da competência e capacidades do país para prestar este tipo de serviços para todo o mundo.
Disse que o Centro de Competências da Fujitsu em Portugal presta um serviço de excelência para o mundo inteiro e salientou que aquele sector tem um enorme potencial de crescimento e de criação de emprego qualificado, representando uma oportunidade para muitos jovens qualificados que saíram do país e querem regressar à sua terra.
O Centro de Competências da Fujitsu mostra que vale a pena investir em Portugal, realçou.
O primeiro-ministro António Costa destacou o dinamismo da cidade afirmando que esteve há dois meses em Braga para assistir à assinatura de um contrato de investimento de uma empresa alemã, envolvendo a Universidade do Minho, e hoje para inaugurar o Centro da Fujitsu.
Defendeu a necessidade de pôr ao serviço do país aquilo que os portugueses aprenderam durante 500 anos, que foi relacionarem-se com o mundo, e recordou que os portugueses foram na época os primeiros ocidentais a chegarem ao Japão, que ainda hoje conserva no seu vocabulário palavras derivadas do português.
António Costa considerou que é fundamental para Portugal investir na qualificação dos portugueses, o que passa pelo alargamento da educação pré-escolar para três anos, pelo combate ao insucesso escolar e pelo investimento no ensino superior.
O primeiro-ministro acrescentou que é preciso investir naquilo que diferencia Portugal, que é a qualidade dos recursos, e sustentou que a digitalização nos coloca na vanguarda das oportunidades da globalização.