Jovens britânicos de 13 a 17 anos valorizam pouco a privacidade

Publicado em 06/04/2016 23:35 em Destaques

Mais de dois em cada cinco (42%) dos jovens britânicos entre os 13 e os 17 anos estariam dispostos a fornecer os seus dados pessoais em troca de 15 libras, segundo um estudo encomendado pela empresa de tecnologia britânica Logicalis.

A sondagem, onde foram inquiridos online em Janeiro mil jovens entre os 13 e os 17 anos a nível de todo o Reino Unido, revela que 28% já deram as suas informações pessoais para obterem descontos ou promoções em lojas.

O estudo revela que em média os britânicos daquela faixa etária com acesso à Internet passam em média nove horas por dia online e que 93% têm smartphones, sendo que 55% têm um iPhone, da Apple, e 39% um telemóvel com sistema operativo Android.

Em média, dispõem de 4,9 dispositivos ligados à rede e 48% armazenam dados online.

As três plataformas de conteúdos que mais utilizam são o You Tube (87% do total), o Netflix (51%) e o Spotify (49%).

Gerry Carrol, director de marketing da Logicalis, sublinha que estes jovens se inserem na geração «Realtime» (em tempo real), que integra os que nasceram a partir dos anos noventa, que estão como peixe na água no digital e em que 7% já tentaram pirataria informática ou 18% já desenvolveram apps.

Os jovens dos 13 aos 17 anos passam 100 minutos por dia nas redes sociais e igual período a fazerem vídeos online, 92 minutos em streaming de conteúdos, 72 minutos a jogar, 54 minutos a pesquisarem e 21 minutos a verem o correio electrónico, entre outras actividades.

Quase quatro quintos (79%) gostam de usar dispositivos e ferramentas digitais na escola e 47% têm acesso na escola a Wi-Fi ou Internet cablada. Mais de quatro quintos (81%) dizem que os professores que integram o ensino digital nas aulas fazem um grande trabalho. No entanto, 7% preferiam que não fossem usados dispositivos digitais nas aulas e 14% defendem que esse uso seja limitado às aulas de tecnologia.

Embora 75% dos pré-adolescentes e adolescentes inquiridos façam compras online, 26% compram normalmente em lojas físicas e 14% fazem pesquisa online mas compram em lojas físicas.

Um quarto das raparigas britânicas daquela faixa etária segue mais de 10 marcas nas redes sociais.

18% dos jovens ouvidos indica que já produziu código, dos quais 48% são raparigas e 52% rapazes, mas 74% das meninas que o fizeram produziram código no âmbito de trabalhos escolares. Um quarto dos jovens declarou que gostaria de aprender a fazer código (produzir aplicações).

Mais de metade (56%) dizem que gostariam de criar as suas próprias aplicações na vida profissional, percentagem que é de 64% para os rapazes e 48% para as meninas.

Entre os que produzem código, as principais razões indicadas foram, por 74% das raparigas e 51% dos rapazes no âmbito de trabalhos escolares, 67% dos rapazes e 30% das meninas disseram que era divertido, 58% dos rapazes e 32% das raparigas porque queriam saber como se fazia, 48% dos rapazes e 21% das raparigas porque é uma coisa «cool» (fixe), Um quinto dos rapazes e 5% das meninas para resolver um problema com uma aplicação.

Mais de metade (52%, 58% dos rapazes e 45% das meninas)) defende a obrigatoriedade de incluir nos currículos as qualificações em ciências da computação e tecnologias da informação e comunicações (TIC).

Mais de metade das raparigas (54%) e um terço dos rapazes já se defrontaram com comportamentos inapropriados online, nomeadamente nas redes sociais, diferença que poderá decorrer também de as meninas passarem mais 45 minutos por dia nas redes sociais do que o sexo oposto.

Quase um quinto (19%) já foi alvo de pirataria informática, mas um terço desses não alterou os seus comportamentos, 42% passaram a alterar as palavras passe ou as contas mais frequentemente, um em cada 10 passou a ter menos contas online e um em cada 20 apagou todas as contas, enquanto 22% dizem que provocou outras alterações.

Para os jovens britânicos entre os 13 e os 17 anos, as iniciativas mais importantes do governo seriam garantir salários dignos (para 35%), fornecer a melhor qualidade da educação (29%), reduzir o desemprego (19%), fornecer banda larga ultra rápida em todo o país (11%), ajudar a aumentar a propriedade da habitação (5%) e acesso a melhores transportes (2%).

Quanto às entidades em quem mais confiariam para fornecer os seus dados pessoais, 44% citam o governo para lhes fornecer melhores serviços, 39% as universidades para terem maiores facilidades nos campus, 38% falam das marcas de confiança, 37% confiam nos fornecedores de serviços mas apenas 25% confiam nas redes sociais, onde passam em média 100 minutos por dia e que serão provavelmente o sítio onde partilham mais dados e informações pessoais.

Acreditam que o Reino Unido tem uma infra-estrutura de comunicações de banda larga capaz de suportar o crescimento dos serviços digitais 55% dos inquiridos, mas 65% não acreditam que o seu país seja líder nas tecnologias digitais.

O modelo dos rapazes britânicos é o fundador da Microsoft Bill Gates e o das raparigas á a jovem actriz de origem britânica Emma Watson.

As três carreiras preferidas pelos rapazes são as tecnologias da informação (28%), a indústria e engenharias (23%) e a ciência e investigação (21%), enquanto no caso das meninas as preferências vão para o ensino e formação (18%), para a medicina e enfermagem (18%) e para a ciência e investigação ou artes e design (15% cada).

Mais de sete em cada dez (71%) acreditam que o mais importante é saber usar as tecnologias da informação do que criá-las.

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