Confiança dos decisores de TIC abranda em 2016

Publicado em 27/01/2016 00:28 em Destaques

A confiança dos decisores de organizações de tecnologias da informação abrandou em 2016, com 57% a temer uma quebra da actividade económica e redução da procura e 26% a temerem regulamentações restritivas, revelou Gabriel Coimbra, director geral da IDC Portugal.

Na apresentação das previsões 2016 para as tecnologias da informação e comunicações (TIC), Gabriel Coimbra revelou que um quarto dos decisores temem a concorrência de novas empresas e 24% estão preocupados com a dificuldade em atrair e reter talentos, já que nos últimos anos grande parte dos talentos saiu de Portugal.

As conclusões do estudo decorrem de 426 respostas de decisores do universo das 5 mil maiores organizações em Portugal, incluindo administração pública, sector financeiro, serviços, telecomunicações, energia, utilities, transportes, saúde educação e construção.

Para 2016, a IDC prevê que as tecnologias de informação valerão 4,1 mil milhões de euros, um crescimento de 2,6%, em abrandamento, e as telecomunicações representarão 4,4 mil milhões de euros , uma queda de 2,0%, que prolonga a tendência negativa do ano passado.

O estudo conclui que a terceira plataforma (nuvem, big data/analytics, negócio social e mobilidade) redefine o mercado de TI, com a mobilidade, big data e cloud a liderarem, e que as novas gerações aceleram essa redefinição, prevendo-se que a geração Y (nascida entre 1985 e 1997) represente em 2020 cerca de metade da força de trabalho em Portugal, segundo Gabriel Coimbra.

O director-geral da IDC Portugal indicou que, apesar dos riscos percepcionados pelos decisores, o investimento em TI vai continuar a aumentar este ano, com 30% das empresas a prever investir mais, 42% uma manutenção e 285 uma redução.

As despesas operacionais (OPEX) e as despesas de capital (CAPEX) em tecnologias continuarão este ano a aumentar em Portugal, com maior aceleração no OPEX.

O estudo da IDC revela que as empresas nacionais prevêem inovar em produtos e serviços para crescerem, tendo como estratégias de crescimento o desenvolvimento de novos produtos e serviços nos actuais mercados (53%), crescimento da quota de mercado (46%), internacionalização e entrada em novos mercados (36%) e alianças estratégicas (24%).

Gabriel Coimbra sublinhou que as prioridades dos departamentos de TI para os próximos 12 meses são melhorar a capacidade de resposta aos novos requisitos de negócio, citada por 51%, consolidar a infra estrutura tecnológica (38%), actualizar a infra estrutura tecnológica (28%), melhorar os processos de TI (27%) e reduzir os custos de TI (25%).

Acrescentou que o investimento em hardware deverá continuar a aumentar em Portugal, com a despesa em PC, em armazenamento e em redes a crescer a dois dígitos e em servidores a subir mais de 5% e o investimento em periféricos deverá cair, enquanto as aplicações de negócio devem crescer a dois dígitos.

Timóteo Figueiró, gestor de research da IDC, indicou que 43% dos orçamentos corporativos em 2020 vai estar relacionada com iniciativas de transformação digital, as áreas de negócio controlarão quase metade da despesa em TI e dois terços dos CEO terão a transformação digital no centro da sua estratégia corporativa nos próximos dois anos.

Previu que a despesa com tecnologias e soluções da terceira plataforma vão crescer a uma média anual de 13% até 2020, e nesse ano mais de 70% dessa despesa estará relacionada com aplicações e serviços para a transformação digital.

Indicou que a terceira plataforma representa já hoje 35% da despesa total com TI, cerca de milhão e meio de euros, e as despesas com cloud computing deverão representar mais de 40% dos orçamentos de TI em 2020.

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