Mais do que a tecnologia interessam as boas ideias

Publicado em 27/11/2015 00:09 em Destaques

Estamos no mundo das ideias, em que, mais do que as tecnologias, interessam as boas ideias que geram bons negócios, sustentou Filipe Ribeiro, responsável da HP Empresas na região EMEA – Europa, Médio Oriente e África pelas soluções de «Big Data».

Filipe Ribeiro exemplificou que teatros de comédia espanhóis, numa altura de crise em que estavam sem espectadores, deixaram de cobrar bilhetes e passaram a cobrar 30 cêntimos por gargalhada, com um valor limite, sendo as gargalhadas contabilizadas através de câmaras e podendo as imagens ser usadas pelos espectadores nas redes sociais.

O responsável da HP Empresas afirmou que surgiu uma nova função de análise dos dados de cada sector e de cada organização para entender os desafios e tirar partido de ideias novas, mas assinalou que se a informação não for bem tratada isso pode gerar problemas para as organizações.

Sobre a questão da privacidade dos dados pessoais, defendeu que as pessoas não se preocupam quando retiram utilidade dos serviços que utilizam os seus dados.

A rede multibanco e os operadores de comunicações móveis sabem onde nós andamos mas nós nem pensamos nisso e não deixamos de usar caixas automáticas e telemóveis, sublinhou.

Fernando Braz, director executivo do SAS Portugal, afirmou que no Congresso (das Comunicações) se tem falado mais de dados do que de telecomunicações e sublinhou que as máquinas a comunicarem entre si só geram dados, depois é necessário analisá-los para saber o que fazemos com esses dados para os transformar em negócio.

Afirmou que as empresas portuguesas estão bem numas vertentes e pior noutras e que para as empresas nacionais evoluírem precisam de ter competências que lhes permitam analisar os dados.

Preconizou a necessidade de as legislações se adaptarem ao enorme volume de dados e à multiplicidade de dispositivos disponíveis.

Fernando Silva, director da Siemens, defendeu que não está na estratégia das empresas portuguesas nem na cabeça dos seus gestores a transformação digital, está apenas a adopção das tecnologias.

Considerou que as empresas nacionais têm de responder rapidamente ao processo de digitalização, que está a acontecer hoje.

Rui Raposo, administrador executivo da José de Mello Saúde, revelou que tem 1,8 milhões de clientes na base de dados dos hospitais CUF e sublinhou que o «Big Data» já está a impactar as unidades hospitalares e permite desenhar soluções adequadas às necessidades de cada doente.

Indicou que no portal «My CUF», que demorou um ano a arrancar até obter as autorizações legais, é possível marcar consultas online ou consultar resultados de análises e ver as imagens de exames.

Rui Raposo afirmou que, através da reengenharia dos processos de atendimento aos doentes em ambulatório, reduziu-se o tempo que os clientes passam na unidade de saúde.

Afirmou que cada cliente tem um processo clínico único acessível aos profissionais de saúde dos hospitais CUF, o que permite que disponham imediatamente do histórico do doente, o que é importante para a abordagens dos problemas dos doentes e dos cuidados a prestar.

Rui Gaspar, director da SAP Portugal, afirmou que Portugal tem redes de comunicações que funcionam bem, o que é uma boa base, e já fez algum caminho na inteligência no processamento de dados.

Todos temos muitos dados, seja em grandes empresas, instituições públicas ou PME (pequenas e médias empresas), precisamos é de recursos para os analisar, sublinhou o director da SAP, que observou que essa é uma área em que vale a pena investir.

Considerou que Portugal tem oportunidades muito grandes na adopção de novos modelos de negócio, mas precisa de uma alteração cultural na gestão da mudança para mostrar às pessoas que as tecnologias são do seu próprio interesse.

Rui Gaspar salientou que a analítica não vale só por si, o interessante é passar ao próximo nível com modelos que fazem a monitorização contínua e identificam problemas em tempo real, seja para conseguir a manutenção mais barata e atempada de equipamentos, seja para a prestação de cuidados de saúde mais eficientes.

Paula Panarra, directora da Microsoft, defendeu que os serviços, plataformas, infra-estruturas ou software «as a Service» permitem às PME disporem de tecnologias antes só acessíveis a grandes empresas, democratizando a sua utilização.

Defendeu que a análise de dados, mais do que, por exemplo, bons matemáticos ou outros técnicos, precisa sobretudo de pessoas que conheçam bem o negócio.

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