O presidente executivo da DSTelecom, Xavier Rodriguez-Martin, defendeu a necessidade de redes de comunicações de fibra óptica abertas que sirvam para todos os operadores.
Falando no 25º Congressos das Comunicações, que hoje terminou em Lisboa, o antigo presidente do operador de comunicações empresariais Oni salientou que a DSTelecom está a cobrir o interior do país com redes de fibra óptica e o objectivo é conseguir que todas as casas tenham acesso a banda larga em 2020.
Rodriguez-Martin disse que a DSTelecom tem uma rede que cobre 300 mil casas e está aberta a todos os operadores e que levou a banda larga a dúzias de parques industriais por todo o país.
Defendeu que não faz sentido que as empresas dos parques industriais não tenham sequer a largura de banda que muitos consumidores têm em suas casas.
Preconizou uma segmentação nas comunicações de rede fixa, com empresas que implantem redes de fibra óptica abertas, que sirvam todos os operadores.
Os operadores podem ganhar se não tiverem de gastar milhões de euros num investimento que pode ser difícil de rentabilizar, porque não há dinheiro para tudo, observou o CEO da DSTelecom.
Para Xavier Rodriguez-Martin, não faz sentido cada operador construir a sua rede, é como se cada fabricante de automóveis construísse as suas próprias estradas para os clientes da marca.
Previu que as redes fixas do futuro vão ser neutras, abertas, sustentáveis do ponto de vista ambiental e seguras.
Rui Fernandes, director da Cisco Portugal, afirmou que as redes de telecomunicações actuais correspondem às necessidades das tecnologias da informação, falta corresponderem às necessidades do negócio.
As redes são as auto-estradas da informação e são necessárias, mas é preciso pôr valor em cima daquilo que existe, acrescentou.
Rui Fernandes sublinhou que a Cisco constrói infra-estruturas mas visa ajudar a criar as empresas do futuro e ajudar as firmas portuguesas a transformarem-se em empresas globais.
Afirmou que a questão da segurança é uma das questões mais importantes e vaticinou que dentro de 10 anos continuaremos a debater esse problema.
Pedro Martins, responsável da Nokia Networks para a Europa do Sul e Central e para a Ásia central, afirmou que a tecnologia que existe nas redes não é eficiente e que a quarta geração móvel não é eficiente.
Previu que no futuro as pessoas vão querer cada vez mais largura de banda, vamos ter os 10 Gigabits por segundo (Gbps), as «critical machines» vão exigir redes 100% fiáveis e as redes serão segmentadas à medida das necessidades dos clientes, suportando imensos novos modelos de negócio.
Pedro Martins sublinhou que Portugal não está mal na tecnologia móvel de quarta geração, com uma taxa de penetração superior a 90%, bastante acima da média europeia, mas a Coreia do Sul ou os Estados Unidos apresentam 100% de cobertura.
Guive Chafai, director de marketing e comunicação da Alcatel-Lucent (ALU) Portugal, disse que as redes de telecomunicações têm grande importância no sucesso das empresas mas os clientes procuram sobretudo como extrair mais valor, o que implica flexibilidade das redes.
Observou que as redes têm cada vez mais capacidade e rapidez mas frequentemente não se adaptam às necessidades de cada negócio e sustentou que a aposta deve ser na flexibilidade das redes.
Tiago Azevedo, director da REN –Redes Energéticas Nacionais, afirmou que a tecnologia deve permitir gerar novas oportunidades de negócio, mais do que responder a necessidades de negócio que já existem.
Tiago Azevedo levantou a questão, discutida quarta-feira na sessão sobre o Estado da Nação das comunicações, sobre se os operadores não deveriam deixar de estar tão focados na infra-estrutura e não deveriam usar mais os conteúdos como diferenciadores da oferta.
Maria João Carioca, da administração executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), afirmou que o modelo de negócio do sector financeiro evoluiu muito devido às possibilidades abertas pelo avanço das tecnologias e das comunicações.
Indicou que a CGD tem um milhão de clientes activos de banca por Internet.
A executiva da CGD sublinhou que a banca precisa de soluções para que tudo funcione aos vários níveis e defendeu que são precisas camadas de «inteligência» sobre as infra-estruturas para servir bem os clientes digitais.
Observou que a digitalização se iniciou há mais de década e meia e a banca europeia continua à procura das melhores soluções de digitalização.
Admitiu que dentro de uma década as redes de comunicações sejam muito flexíveis e ajudem a melhorar o negócio e facilitem as transformações.