O presidente executivo (CEO) da PT, Paulo Neves, anunciou hoje que a companhia desenvolveu em Portugal uma tecnologia inovadora a nível mundial e que vai investir para, em cinco anos, aumentar em mais 3 milhões o número de casas com acesso a fibra óptica.
Em encontro com a imprensa, Paulo Neves destacou que engenheiros portugueses da PT, em particular da PT Inovação, desenvolveram uma inovadora tecnologia de fibra óptica, a NGPON2, uma inovação a nível mundial que permite multiplicar a largura de banda mantendo no essencial a actual infra-estrutura de fibra óptica.
Anunciou que nos próximos cinco anos a PT vai aumentar em 3 milhões o número de casas com acesso a fibra óptica, uma média de 50 mil novas casas passadas por mês, passando dos actuais 2,3 milhões de lares passados para 3,5 milhões em 2017 e 5,3 milhões em 2020.
O CEO da PT indicou que o projecto vai implicar a criação de 2 mil postos de trabalho durante os cinco anos previstos para a implantação dos 30 mil quilómetros de cabo de fibra óptica, mas recusou revelar o valor de investimento estimado, afirmando apenas que «o investimento será o necessário para cobrir as casas todas» e que «o quanto é não é relevante».
Paulo Neves garantiu durante a conferencia de imprensa que «a PT vai investir mais do que investiu no passado e inovar mais do que inovou no passado», e assegurou que a PT é uma empresa de referência no grupo Altice, em Portugal e no mundo.
Questionado sobre se o investimento para passar mais três milhões de casas vai ser partilhado, a exemplo do acordo com a Vodafone de partilha de construção de rede, em vigor», Paulo Neves disse que o investimento é da responsabilidade da PT mas poderá eventualmente haver um acordo de partilha de rede.
Quanto ao acordo para passagem de fibra óptica em 900 mil novas casas partilhada com a Vodafone, disse apenas que esse acordo está a terminar.
Paulo Neves reafirmou que não haverá despedimentos de trabalhadores da PT mas adiantou que essa garantia não abrange trabalhadores temporários ou que laboram em empresas subcontratadas pela PT.
Alexandre Fonseca, administrador executivo com o pelouro da tecnologia (CTO), assinala que a NG-PON2 (New Generation Passive Optical Network), agora anunciada pela PT como estreia mundial, é a evolução natural das redes de fibra óptica e «vai trazer um conjunto de vantagens competitivas do ponto de vista tecnológico e do negócio».
Assinalou que o NG-PON2 permite aumentar a velocidade de transmissão para 40 Gigabits por segundo (Gbps) ou 80 Gbps aumentando para quatro ou oito o número de canais (feixes de luz de diferentes cores transmitidos), o que assegura não só maior largura de banda como velocidades simétricas (velocidades de download e upload iguais).
O CTO da PT afirmou que as velocidades simétricas já eram possíveis mas em ligações ponto a ponto, com custos maiores, mas fica agora disponível em ligações ponto-multiponto, com custos mais baixos e capacidades de download 16 vezes a 32 vezes mais elevadas do que as até agora acessíveis na rede PT.
Observou que sem passar novos cabos de fibra óptica e alterando apenas equipamentos na central de fibra óptica e equipamentos terminais nos clientes, a PT está em condições de aumentar a capacidade para 40 Gbps e depois para 80 Gbps para servir as necessidades crescentes de largura de banda, tanto no segmento empresarial como no residencial.
Sublinhou que com a NG-PON2, com acessos simétricos em múltiplos de 10 Gbps, a PT passa a ter a rede de fibra óptica mais inovadora do país e uma das mais inovadoras do mundo.
Este anúncio sai do capital intelectual e da propriedade industrial da PT, com tecnologia desenvolvida por engenheiros portugueses e equipamentos produzidos em fábricas portuguesas e será rapidamente exportada para outras empresas do grupo Altice, que detém a PT, mas também para operadores fora do grupo, destacou Alexandre Fonseca.
Indicou que houve a preocupação de desenvolver tecnologia com custos acessíveis, o que democratiza o acesso a este tipo de débitos, passando as pequenas e médias empresas (PME) a conseguir aceder a essas larguras de banda.
Alexandre Fonseca salientou que esta actualização tecnológica permite à PT ter uma rede que responderá às necessidades dos clientes para os próximos três, cinco ou 10 anos.
Elsa Rebocho, responsável da rede da PT, indicou que o aumento de largura de banda é essencial para empresas que exportam grandes volumes de dados por Internet por permitir reduzir significativamente os tempos de transferência.