As vendas de dispositivos com capacidades informáticas atingirão 2 454 milhões em 2015, um crescimento de 1,5% face ao ano passado, estima a consultora e analista de mercados Gartner.
A Gartner prevê que a despesa dos consumidores na compra de computadores, ultrabooks, tablets e smartphones represente uma facturação de 606 mil milhões de dólares (546 mil milhões de euros), uma redução de receitas de 5,7%, tendência que ocorre pela primeira vez desde 2010.
A consultora antecipa que esta despesa se aproxime dos 617 mil milhões de dólares (558 mil milhões de euros) em 2016 e ultrapasse os 627 mil milhões de dólares (567 mil milhões de euros) em 2017, regressando aos crescimentos mas ficando ainda abaixo das receitas de quase 642 mil milhões de dólares de 2014..
Quanto às vendas totais (em unidades) daquele tipo de dispositivos, deverão crescer de 2 454 milhões este ano para 2 546 milhões em 2016 e 2 628 milhões em 2017, segundo a analista de mercados.
A Gartner prevê que os únicos segmentos que manterão em 2015 a tendência de crescimento em unidades vendidas serão o dos telemóveis, que deverá aumentar 3,2%, para 1,954 mil milhões e o dos portáteis ultramóveis (ultrabooks e Macbooks), com um acréscimo de 32,4%, para 49 milhões.
A consultora estima que esse crescimento se deverá manter até 2017, altura em que as vendas de telefones móveis atingirão 2 062 milhões e as de ultramóveis deverão ascender a 89 milhões, mais do duplicando face a 2014.
No entanto, as vendas de telemóveis abrandaram este ano, particularmente devido ao fraco comportamento do mercado chinês de telefones móveis, já próximo da saturação.
Anneette Zimmermann, directora da companhia, sublinha que os fabricantes que ambicionam crescer têm de ganhar consumidores chineses que querem substituir os seus smartphones e procurar aumentar o seu desempenho no mercado global de smartphones, apostando na expansão das vendas noutros mercados emergentes.
As vendas de computadores de secretária e portáteis deverão cair 9,4% este ano, para 251 milhões, e manter a tendência negativa até 2017, ano em que se deverão quedar nos 233 milhões.
Ranjit Atwal, director da Gartner, assinala que a queda das vendas de computadores em 2015 se deve em parte à continuada descida de vendas desses dispositivos na Europa Ocidental, Rússia e Japão, cujas divisas se desvalorizaram face ao dólar, levando a um aumento dos preços daqueles produtos.
Atwai assinala que o mercado total de computadores deverá cair 4,5% este ano, para 300 milhões de unidades, mas crescer nos próximos dois anos exclusivamente devido ao acréscimo nos ultramóveis, e chegar aos 322 milhões de unidades em 2017.
A Gartner admite que as vendas de tablets desçam 5,3% em 2015, para 214 milhões de unidades, para recuperarem nos dois anos seguintes e atingirem 244 milhões em 2017.
Roberta Cozza, directora da Gartner, destaca que «o mercado de tablets foi afectado pela redução de novos compradores, por maiores ciclos de vida e pela fraca inovação que encoraje novas compras».
Ao mesmo tempo, o preço dos smartwatch ainda não é suficientemente atractivo e o impacto destes wearables nas compras de tablets mantém-se insignificante, acrescenta.
«O tablet tornou-se um ‘nice to have’ (bonito para ter) dispositivo mas não há necessidade de o substituir regularmente, como no caso dos telefones», observa Roberta Cozza.
Esta situação é agravada pela tendência de actualização das funcionalidades dos smartphones, ao mesmo tempo que aumenta a dimensão dos seus ecrãs, com dimensões de 5 polegadas e superiores, o que afecta as vendas de tablets mais pequenos em mercados como a Europa Ocidental e Estados Unidos, precisa a directora da Gartner.
A Gartner aumentou a sua estimativa de tempo médio de manutenção de um tablet para três anos em 2016.