A percentagem de dispositivos obsoletos e antigos nas redes corporativas de todo o mundo tem vindo a aumentar e está no nível mais alto em pelo menos seis anos e actualmente mais de metade (51%) são antigos ou obsoletos, segundo o relatório «Network Barometer 2014, da Dimension Data.
Para além dos 51% de dispositivos antigos ou obsoletos, outros 27% estão numa fase avançada do ciclo de vida do produto e no ponto em que os fornecedores começam a diminuir o suporte, confirmando o efeito prolongado da crise económica e financeira global, indica o estudo.
O primeiro «Network Barometer» foi publicado em 2009, o que significa que não há termo de comparação para a obsolescência dos equipamentos das empresas para além dos seis anos.
O relatório 2014 foi produzido a partir de 288 auditorias abrangendo 74 mil dispositivos tecnológicos de organizações de todas as dimensões em 32 países, além da recolha de dados de 91 mil incidentes registados em redes de clientes que a Dimension Data suporta.
Raoul Tecala, director da Dimension Data, citado em comunicado, salienta se tem assistido nos últimos anos a um aumento continuado da percentagem de dispositivos antigos e obsoletos nas redes das empresas e observa que não se concretizou a suposição convencional de que o ciclo de actualização estaria iminente.
O estudo revela que as organizações estão a utilizar os activos de rede mais tempo do que seria de esperar.
Tecala explica esta situação pela crise económica, com foco das empresas na contenção de custos, em particular das despesas de capital (CAPEX), e pela maior apetência pela utilização de modelos de infra-estruturas e software as a service.
Acrescenta que o aparecimento das redes definidas por software (SDN – Software Defined Networks) pode levar organizações a «esperar para ver» antes de implementarem uma nova tecnologia, o que deverá acontecer nos próximos ano e meio a três anos.
Tecala espera que o crescimento da computação na nuvem («cloud computing»), da mobilidade e da «Internet of Things» coloque uma pressão adicional sobre as redes que obrigue as empresas a repensarem a sua arquitectura de rede e não dispositivos específicos.
Por regiões, as Américas, a Ásia/Pacífico e a Europa apresentam aumentos relevantes relativamente ao ano passado em dispositivos antigos ou obsoletos, enquanto a Austrália e o Médio Oriente e África revelam uma ligeira melhoria.
Por sectores de actividade, os maiores agravamentos verificaram-se nos serviços financeiros (mais 13%), no governo, saúde e educação (mais 13%) e nos prestadores de serviços de telecomunicações (mais 33%).