A empresa de segurança informática Sophos indica no seu blogue oficial que a Apple enfrenta um processo judicial nos Estados Unidos acusada de rastrear clientes sem os informar e sem autorização para tal.
Uma mulher da Califórnia, Chen Ma, apresentou uma queixa contra a Apple num tribunal californiano e acusa a companhia de violar a privacidade dos utilizadores norte americanos de iPhones, não só por rastrear a sua localização mas também por gravar o tempo que o utilizador está num determinado ponto geográfico e transmitir esses dados para a base de dados da Apple.
Os iPhones vêm com um software chamado Location Services, que usa GPS, torres das redes móveis, redes Wi-Fi próximas e outras fontes para localizar os utilizadores, sublinha a Sophos.
A queixosa Chen Ma alega que a Apple nunca a informou de que estava a fazer aquele rastreamento, nomeadamente de que ao usar o iPhone as suas localizações estavam a ser transmitidas à companhia e a serem gravadas para utilização futura, indicando que nunca autorizou essa prática, segundo a Sophos.
A 11 de Julho de 2014, a televisão estatal chinesa China Central Television considerou os iPhones como uma ameaça para a segurança do Estado, citando as funções de localização que permitem rastrear os utilizadores e obter informação sobre eles.
Chen Ma afirma que até ver a televisão chinesa não fazia qualquer ideia de que as suas deslocações diárias estavam a ser controladas.
A Sophos indica que o Governo chinês proibiu os funcionários do Estado de utilizarem dispositivos da Apple, incluindo iPod e computadores, para evitar a espionagem dos Estados Unidos, depois de ter igualmente banido a utilização do Windows 8 nos departamentos governamentais.
Posições que estão ligadas ao clima de suspeição que se seguiu às revelações de Edward Snowden sobre a dimensão da espionagem dos Estados Unidos, que visou inclusivamente responsáveis de países ocidentais considerados seus aliados, sobre os meios tecnológicos utilizados para esses fins e sobre a utilização pela NSA – National Security Agency de dados recolhidos por empresas tecnológicas e de telecomunicações norte-americanas.
As revelações de Snowden de que a NSA colocou «backdoors» em hardware vendido por empresas norte-americanas para fins de espionagem foi considerada um ultraje, salienta a Sophos.
Nada de novo se tivermos em consideração que em 2012 a companhia de equipamentos de telecomunicações chinesa Huawei foi excluída dos contratos com o Governo dos Estados Unidos com a justificação de que estes poderiam servir para espionagem, apesar de não haver provas dessa alegação, indica a Sophos.