Quase metade dos cidadãos da União Europeia (UE) têm competências digitais para o ambiente laboral actual, apesar do número crescente de pessoas que acedem à Internet, inçam dados da Comissão Europeia (CE).
A Comissão indica que Portugal é um dos 11 Estados membros em que mais de metade da população tem capacidades digitais insuficientes, questão que afecta 47% do total de cidadãos da UE.
O défice de competências persiste numa altura em que há necessidade de um número sem precedentes de especialistas em tecnologias da informação e comunicações (TIC) e em que o sector das TIC cria emprego muito mais rapidamente do que outros sectores de actividade (sete vezes mais do que a média).
A vice-presidente da CE com a Agenda Digital, Neelie Kroes, indicou que nalguns Estados membros metade dos habitantes são iletrados do ponto de vista digital e indicou que há muitas iniciativas da UE para ajudar os Estados e as organizações privadas a ultrapassarem esse problema.
O estudo comunitário sublinha que a falta de capacidades digitais é uma barreira ao acesso às TIC mais importante do que os custo. Cerca de 37% das famílias que não têm banda larga explicam essa situação pela falta de competências, enquanto apenas 26% citaram o custo dos equipamentos como o principal obstáculo.
Nalguns Estados membros, como a Itália, Grécia, Bulgária e Roménia, dois quintos (40%) da população afirma não ter quaisquer competências digitais.
Até 85% da população da UE e 83% da força de trabalho nalguns Estados membros não têm as capacidades digitais de que necessitavam, indica a Comissão.
A Comissão indica que os maiores défices de recursos qualificados no sector das TIC no período 2015/2020 ocorrerão no Reino Unido (250 mil), Itália (180 mil) e Alemanha (150 mil).