A SAP Portugal atingiu um volume de negócios recorde de cerca de 70 milhões de euros, um crescimento de 22% face a 2012, revelou terça-feira Paulo Carvalho, director-geral da companhia.
Em encontro com a imprensa terça-feira, Paulo Carvalho revelou que a empresa espera continuar a crescer em 2014 num contexto de mercado difícil e sublinhou que a «cloud» (nuvem) deverá ser a área de maior crescimento nos próximos anos.
Paulo Carvalho precisou que o negócio em Portugal cresceu cerca de 10% no ano passado e que o peso das exportações de serviços da SAP Portugal cresceu de 8% das receitas totais em 2011 para 23% em 2013.
A área tradicional da multinacional, o software ERP, que há cinco anos representava três quartos do negócio da SAP Portugal e há três anos metade, não foi em 2013 além dos 27% das receitas, assinalou.
Paulo Carvalho observou que as áreas com maior potencial de crescimento para a SAP são a «cloud» e as bases de dados «in memory».
Acrescentou que a «cloud» está a chegar ao mercado em três grandes áreas: gestão de recursos humanos e de talentos, gestão de compras e de fornecedores e gestão de clientes.
O director-geral da filial portuguesa da multinacional alemã líder mundial em software de gestão para empresas indicou que a empresa pretende contratar em Portugal uma centena de trabalhadores no ano em curso, 90 dos quais para o Centro de Serviços internacional instalado no país que empregava 110 pessoas no fim de 2013.
A SAP Portugal tinha 210 trabalhadores no fim de Dezembro e deverá atingir cerca de 310 no fim de 2014, duas centenas dos quais no Centro de Serviços.
O director-geral sublinhou que há hoje quase uma centena de pessoas que trabalham na SAP Portugal mas têm também responsabilidades internacionais, exemplificando com o caso da directora de comunicação que é igualmente a responsável por essa área para a Europa do Sul.
Paulo Carvalho indicou que a nível mundial 94% dos serviços SAP são implementados por parceiros.
Indicou que a grande preocupação da multinacional é ter ciclos de inovação muito curtos, o que implica que a implementação de projectos não possa ser demorada e que os parceiros tenham metodologias de implementação aceleradas.
Paulo Carvalho revelou que é intenção da SAP Portugal trabalhar com os seus cerca de 50 parceiros não só na implementação de projectos mas também na venda de software.
Relativamente à administração pública portuguesa, Paulo Carvalho indicou que as vendas tiveram uma estabilização no ano passado.
O director-geral da SAP Portugal disse que nos últimos anos foi feita alguma coisa no «front-office» (serviços de atendimento) mas pouco foi feito no «back-office» (serviços de retaguarda) da administração pública e defendeu a necessidade de «um Marquês de Pombal» que redesenhe a arquitectura da máquina do Estado.
Observou que «os funcionários públicos não têm culpa absolutamente nenhuma» da situação, o problema é de estrutura e o «back-office» continua igual.
O líder da SAP Portugal considerou necessário simplificar a administração pública, observou que as empresas privadas que querem trabalhar com o Estado enfrentam processos muito complexos e sustentou que o país tem leis que se contradizem e leis que resolvem uns problemas e criam outros.
Paulo Carvalho adiantou que as pequenas e médias empresas (PME, com até 200 milhões de euros de volume de negócios) representaram no ano passado 78% do total de clientes mas apenas cerca de um quinto do volume de negócios.
Indicou que em 2013 o negócio de licenças de SAP Business One (essencialmente destinado a PME) cresceu 43%.