Portugal está na segunda metade da tabela nos indicadores de inovação COTEC, apesar de ter subido dois lugares em 2014, ocupando o 29.º lugar entre 52 países, segundo um estudo divulgado quinta-feira.
A COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação apresentou quinta feira os indicadores de inovação COTEC, desenvolvidos em conjunto com a consultora Everis, que indicam que Portugal fica abaixo da média da União Europeia mas conseguiu ultrapassar este ano a Espanha e lidera nos países da Europa do Sul.
Portugal situa-se no grupo dos países «Inovadores moderados», o terceiro de quatro patamares, onde se enquadram também países como Espanha e Itália, Canadá, Austrália, China, Israel, Estónia, República Checa ou Eslovénia.
Os países «Líderes em inovação» são nações do Norte e Centro da Europa, encabeçados pela Suíça e que integram também a Finlândia, Dinamarca, Suécia, Alemanha, Holanda, Noruega e Irlanda.
O segundo patamar, dos «Seguidores», integra os Estados Unidos, Coreia do Sul, Reino Unido, Luxemburgo, Islândia e Japão.
A cauda da tabela é ocupada pelo Panamá, seguindo-se como piores a Roménia, Bulgária, Grécia e Venezuela, num grupo de «Países Incipientes» em Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI), que integra principalmente países da América Latina e da Europa de Leste mas também a Grécia e a Índia.
Nos indicadores que integram o indicador geral, a taxa de «Crescimento da Produtividade Laboral» foi a que sofreu a maior queda, de mais de 30%. Neste pilar «Aplicação do Conhecimento», destaque também para a descida no registo de patentes e de marcas registadas.
O «Capital Humano» sofreu uma queda em 2014, devido à menor despesa em educação, ao menor número de novos doutorados em Portugal e às crescentes dificuldades em atrair talentos para o país e em reter talentos em Portugal, mantendo-se este pilar em valores baixos.
O pilar TIC (tecnologias da Informação e Comunicações) apresenta a melhor pontuação absoluta em Portugal, que é conseguida graças ao número de linhas fixas instaladas e ao acesso das escolas a Internet de banda larga.
O pilar Financiamento, que em 2013 teve uma queda de quase 30%, melhorou ligeiramente em 2014 devido ao aumento do capital de risco, enquanto a concessão de crédito ao sector privado se mantém em queda.
A dimensão «Condições», que reflecte as infra-estruturas que propiciam um ambiente inovador, nomeadamente ao nível do governo, justiça, ensino e TIC, atingiu o ponto mais alto desde o início do barómetro.
Já a dimensão «Resultados», que representa a materialização das actividades inovadoras, tem os resultados mais baixos desde a criação do barómetro, devido a baixos níveis do emprego em sectores de alta tecnologia, das exportações de produtos e serviços de alta tecnologia e dos serviços de conhecimento intensivo.
Para melhorar a situação do país, a COTEC defende um esforço no emprego e exportações de produtos de alta tecnologia, no emprego e exportações de serviços de conhecimento intensivo e no valor acrescentado bruto dos sectores de alta tecnologia e conhecimento intensivo.
Sustenta que uma melhoria naqueles indicadores pressupõe uma mudança estrutural na economia nacional e alerta para que cimentar uma aposta em actividades de maior valor acrescentado implica garantir a existência de trabalhadores qualificados.
A COTEC salienta que o pilar «Capital Humano» é justamente um dos que se encontra em queda e observa que a menor capacidade em atrair e reter talento é «fruto não só da maior dificuldade em garantir emprego, mas também do aumento registado nos impostos, que leva muitos jovens portugueses a procurar oportunidades noutros países».