A consultora e analista de mercados Gartner indica que só menos de 1% das aplicações móveis para consumidores serão consideradas um êxito financeiro pelos seus desenvolvedores até 2018.
O estudo da Gartner assinala que os consumidores estão a virar-se cada vez mais para as recomendações de motores de busca, amigos, redes sociais ou até publicidade para descobrirem aplicações móveis, em vez de as procurarem entre milhares de apps disponíveis.
A consultora antecipa que até 2018 só 0,01% das aplicações móveis destinadas aos consumidores serão consideradas um êxito financeiro por aqueles que as desenvolveram.
Ken Dulaney, vice-presidente da Gartner, afirma que o grande número de aplicações móveis pode levar a pensar que o móvel é uma nova corrente de negócios que tornará muitos [desenvolvedores] ricos. Observa, contudo, que a análise da Gartner revela que a maioria das aplicações móveis não está a gerar receitas e muitas não foram desenvolvidas para gerar receitas mas foram construídas para gerar reconhecimento de marcas ou produtos ou apenas por divertimento.
Dulaney descreveu o mercado de aplicações móveis como «hiperactivo», com mais de 200 companhias a disponibilizarem plataformas de desenvolvimento de aplicações e milhões de programadores a usarem essas plataformas e software de código aberto para construírem aplicações móveis, com expectativas elevadas de realizarem dinheiro.
Ken Dulaney salientou que há um grande número de aplicações móveis que são gratuitas e nunca gerarão directamente receitas e adiantou que a Gartner prevê que em 2017 cerca de 94,5% dos downloads de aplicações móveis sejam de apps gratuitas.
Acrescentou que 90% das aplicações pagas têm menos de 500 downloads por dia e geram receitas inferiores a 1 250 dólares (920 euros) diários, mas a situação vai piorar com o aumento da concorrência, especialmente em mercados mais desenvolvidos.
A Gartner prevê que em 2016 um quinto dos programas BYOD empresariais (traga o seu próprio dispositivo móvel) deverá falhar por os trabalhadores proprietários dos equipamentos considerarem que as medidas de gestão interna dos dispositivos são demasiado restritivas.
A Gartner prevê que nos próximos anos pelo menos três plataformas (Android, iOS e Windows) terão um domínio significativo do mercado de smartphones, tabletes e portáteis, tornando necessário que muitas organizações suportem múltiplas plataformas.