O presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, anunciou que a companhia decidiu reforçar o seu investimento em mais 100 milhões de euros, para 200 milhões de euros, para chegar ao milhão e meio de casas passadas com fibra óptica.
Falando quinta-feira no tradicional debate «O estado da nação das comunicações», que encerra anualmente o Congresso das Comunicações, Mário Vaz sublinhou que de 46 mil clientes de televisão em Março passado a Vodafone Portugal passou já para 100 mil.
Observou que, de uma empresa de comunicações móveis, a companhia passou para uma estratégia de convergência e está a desafiar o «duopólio» no fixo, referindo-se à PT e ZON, e ultrapassou as 600 mil casas passadas com fibra óptica.
As picardias são timbre do Estado da Nação e Miguel Almeida, CEO da ZON OPTIMUS e oriundo da Optimus, afirmou que também a sua empresa estava a enfrentar um duopólio no móvel, referindo-se à soma das quotas de mercado da PT (TMN) e Vodafone nas comunicações móveis.
Zeinal Bava, presidente da PT Portugal e que é também o CEO da Oi, protagonizou a afirmação surpreendente de que o cliente quer é o serviço e por isso não faz sentido estar a diferenciar fibra óptica de cabo coaxial ou tecnologia móvel de quarta geração. Uma posição bem diferente da assumida em recente polémica entre a PT e a ZON.
Zeinal Bava defendeu que deve haver o mínimo possível de regulação para o mercado de telecomunicações, considerou que Portugal é «uma referência mundial» em matéria de redes de nova geração (RNG) e convergência e disse que a solução M4O (televisão, Internet, telefone fixo e móvel) da Meo é um exemplo do que deve ser o «quadruple play».
Zeinal Bava afirmou que na fusão iniciada entre a PT e a Oi o foco são os países de língua portuguesa, observando que existem vantagens fundamentais na língua comum.
Ironizou que no ano passado a Optimus era o operador mais pequeno mas agora [com a ZON Optimus] o discurso mudou.
Miguel Almeida, CEO da ZON OPTIMUS, disse que esta é uma empresa nova que nunca esteve presente no evento (a Optimus, através da Sonaecom, e a ZON estiveram no debate de 2012) e sublinhou que Portugal é um mercado maduro, que a companhia tem ambições de investimento no estrangeiro e é o operador português que mais tem investido em Angola (através da ZON Multimedia).
Mário Vaz desejou os maiores sucessos aos colegas de debate em Angola e no Brasil e ironizou que, entre os operadores de telecomunicações presentes, a Vodafone Portugal é a única que mantém o centro de decisão no mesmo local, no Parque das Nações, está focada em Portugal e exporta as suas capacidades para o exterior através do grupo Vodafone.
Os presentes consideraram que ainda existe margem para alguma consolidação no sector das telecomunicações em Portugal, depois das recentes fusões da ZON com a Optimus e da Oni com a Cabovisão, mas Mário Vaz garantiu que a opção da Vodafone é o crescimento orgânico, através do investimento e da oferta de mais serviços.
Mário Almeida afirmou que actualmente a preocupação da companhia que dirige é integrar a ZON e a Optimus na nova empresa, que tem um projecto de crescimento que passa por um esforço grande de investimento na inovação, na investigação e no desenvolvimento de novos produtos, nomeadamente com novas ofertas na área da convergência [fixo móvel].