ENISA quer fornecedores de Internet a filtrar tráfego

Publicado em 14/04/2013 23:28 em Destaques

A agência de segurança informática ENISA quer que os fornecedores europeus de serviços Internet utilizem técnicas de filtragem de tráfego, a pretexto do ataque contra a organização Spamhaus ocorrido em Março.

A ENISA recorda que o incidente conduziu a atrasos para os utilizadores da Internet na Alemanha, Reino Unido e noutros países europeus e visou aquela organização, que fornece um serviço que permite aos operadores de correio electrónico verificar se o servidor de onde é enviado uma mensagem electrónica é conhecido por enviar spam.

A ENISA afirma que o ataque à Spamhaus foi o maior ataque de negação de serviço (DDoS – Distributed Denial of Service) conhecido e ocorreu a 16 de Março e prolongou-se por mais de uma semana, utilizando técnicas conhecidas.

A ENISA reconhece que o ataque não afectou a Internet a uma escala global mas teve efeitos significativos a uma escala local e afirma que se a Internet pode ser considerada resiliente, isso pode não ser verdade para uma parte de infra-estrutura Internet que serva uma região ou país.

Acrescenta que os ataques DDoS são cada vez mais fortes, indicando que o maior ataque do ano passado envolveu cerca de 100 gigabits de dados por segundo, enquanto o que afectou a Spamhaus foi de 300 gigabits de dados por segundo, o que pode esgotar a capacidade de redes.

A filtragem do tráfego Internet envolve grandes riscos para a privacidade dos Internautas e pode servir fins diferentes dos oficialmente anunciados.

Em tempos de «Big Brother», estas iniciativas podem abrir «caixas de Pandora» que põem em causa direitos dos Internautas e que, em última análise, podem mesmo fazer perigar a democracia.

É preciso de facto combater o cibercrime. Mas sem que o cibercrime sirva de pretexto para iniciativas legislativas que se têm multiplicado, nomeadamente nos Estados Unidos e União Europeia, e que têm sido até agora travadas graças à pronta reacção dos cibernautas e de grandes empresas Internet.



Fernando Valdez

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