O líder mundial no fabrico de microprocessadores Intel anunciou que o seu volume de negócios baixou 1,2% em 2012, para 53,3 mil milhões de dólares (40,0 mil milhões de euros).
Em comunicado de resultados, a Intel indica que os seus resultados operacionais caíram 16%, para 14,6 mil milhões de dólares (11,0 mil milhões de euros) e os lucros baixaram 15%, para 11,0 mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros).
O quarto trimestre de 2012 trouxe uma evolução mais negativa, com as receitas a baixarem 3%, os resultados operacionais a diminuírem 31% e os lucros a caírem 27%.
O presidente e CEO da Intel, Paul Otellini, citado no comunicado, sublinha que em 2012 a companhia entrou no mercado dos tablet PC e smartphones, trabalhou com parceiros para «reinventar» os PC e continuou a inovar nos centros de dados.
A Intel anunciou no fim de 2012 um processador Atom de baixo consumo vocacionado para dispositivos móveis como tablets e smartphones de desempenho elevado.
Para além da conjuntura económica internacional difícil, em particular na Europa Ocidental, a Intel terá sido penalizada por alguma redução de vendas de computadores pessoais em favor de outros dispositivos móveis com capacidades informáticas, como tablets e smartphones.
A consultora e analista de mercado Canalys estima que as vendas de computadores (de secretária a portáteis) baixaram 10% a nível mundial no ano passado e representaram cerca de 72% das vendas de equipamentos da área informática.
A Canalys afirma que o segmento Wintel (de Windows e Intel, que equipam a maior parte dos computadores pessoais), deverá voltar a cair em 2013 e representar cerca de 65% do mercado, à medida que os consumidores optam por tablets com plataformas Android e iOS.
A Qualcomm, companhia líder na área dos microprocessadores para smartphones e tablets, anunciou resultados recorde no seu ano fiscal de 2012, terminado a 30 de Setembro, com crescimentos de receitas e lucros em torno dos 20%, em comunicado de 7 de Novembro passado.
Pin-Chen Tang, analista da Canalys, defende que os tablets e, cada vez mais, os smartphones têm capacidade para realizar muitas das tarefas de computação que a maioria das pessoas precisa no dia-a-dia.
Os PC «Wintel» estão a ser cada vez menos a primeira escolha dos consumidores para as tarefas informáticas correntes, como enviar mensagens electrónicas ou navegar na Internet, acrescenta.
A Canalys espera que o mercado de tablets cresça em média 37% ao ano no período de 2012 a 2016, para atingir 389 milhões de unidades no último daqueles anos e representar 59% dos equipamentos de computação, dinamizado pelo iPad e iPad mini e por equipamentos Android de baixo custo.
O analista da Canalys Tom Evans diz que o lançamento do Windows 8 [em Outubro passado] não revigorou o mercado «Wintel» em 2012 e sustenta que, sendo tão diferente das versões anteriores, o Windows 8 poderá criar barreiras a utilizadores que achem que terão de aprender a usar um novo sistema operativo.
No entanto, a combinação dos Ultrabooks, um conceito Intel de portáteis de alto desempenho, com baixo peso e pequenas dimensões, com o sistema operativo Windows 8 optimizado para ecrãs sensíveis ao toque, cria novas oportunidades com portáteis mais facilmente transportáveis e muito mais poderosos e fáceis de usar.
Assim, a Canalys espera que entre 2014 e 2016 os consumidores dos mercados desenvolvidos mas também nos emergentes se interessem por novos computadores pessoais portáteis com ecrãs sensíveis ao toque, assim como portáteis convertíveis em tablets (destacando a parte que inclui o ecrã).