Mais de duas em cinco PME apostam no exterior para crescerem

Publicado em 25/09/2012 23:23 em Destaques

Mais de duas em cada cinco (41%) pequenas e médias empresas (PME) portuguesas apostam na expansão para mercados externos para fazerem crescer o seunegócio, revelou Timóteo Figueiró, director da consultora IDC em Portugal.

Na apresentação do estudo «O papel da TIC na competitividade das PME portuguesas», Timóteo Figueiró indicou que outra estratégia de crescimento apontada por 38% das empresas é ao desenvolvimento de novos produtos/ serviços.

Salientou que a actual conjuntura económica e as dificuldades de acesso ao financiamento explicam que 70% das PME não tenha confiança no futuro da economia portuguesa (48% nada confiantes e 22% pouco confiantes).

Neste contexto, as principais medidas adoptadas pelas PME para reforçar a sua competitividade são a redução de custos (79%) e a melhoria da eficiência operacional (42%).

Mas aquele director da IDC Portugal destaca que, apesar da situação de crise, as PME apontam também como formas de melhorar a competitividade a inovação em produtos e serviços e a melhoria do serviço aos clientes, questões focada por 41% dos respondentes, sendo que 26% indicam a expansão para novas geografias e 24% a inovação nos processos de negócio.

A sondagem a 425 PME nacionais realizada pela IDC Portugal revela que 40% das empresas de pequena e média dimensão estão a diminuir o investimento em tecnologias da informação e comunicações (TIC) para reduzir custos, 37% dizem estar a investir o mesmo para manter os níveis de competitividade e 23% dizem que estão a investir mais em TIC para melhorarem a sua competitividade.

O inquérito indica que 30% das PME investem em TIC menos de 10 mil euros por ano, 43% gastam entre 10 mil e 50 mil euros, 10% despendem entre 50 mil e 100 mil euros, 7% gastam entre 100 mil e 250 mil euros e 9% investem em TIC mais de 250 mil euros por ano.

As despesas das PME em TIC revelam um equilíbrio grande, com o investimento em software a representar 27% da despesa total com tecnologias, as telecomunicações 26%, os serviços 24% e o hardware 23%.

Timóteo Figueiró salientou que quase 40% (38,9%) das PME tinham entre 5 e 25 computadores e apenas 18,9% tinham menos de 5 computadores.

Quanto à existência de servidores, precisou que só 6% das pequenas e médias organizações não tinham nenhum servidor, enquanto 44% tinham entre 2 e 5 servidores e um quarto do total entre 6 e 25 servidores.

O responsável da IDC Portugal destacou que a generalidade das PME estão informatizadas, principalmente nas áreas financeira e administrativa, mas também de vendas, recursos humanos e compras.

Figueiró assinalou que o estudo revela que o recurso à contratação de serviços externos de TIC ainda é muito reduzido nas PME, verificando-se mais no alojamento de serviços Internet e nas redes de comunicações, mas as pequenas e médias organizações têm vindo a adoptar gradualmente serviços como «cloud computing» (computação na nuvem) e mobilidade.

O estudo indica, ainda, que os factores mais importantes na escolha dos fornecedores de soluções de TIC são os preços competitivos (84%), mas pesam também a reputação da empresa (68%) e o conhecimento do negócio da empresa (62%).

Mais de três quintos (61%) das PME consideram que as TIC têm um grande impacto no seu negócio.

Timóteo Figueiró sublinha que os maiores benefícios do investimento em TIC percepcionados pelas PME são a melhoria de informação de suporte à decisão (73%), a melhoria dos processos de negócio (72%), a melhoria da produtividade dos trabalhadores (69%), a melhoria do relacionamento com clientes (59%) e a melhoria da capacidade competitiva (51%), uma percepção que não se afasta da visão nas grandes organizações.

O director da IDC sublinhou que as PME dizem que os maiores obstáculos à implementação das TIC são os orçamentos reduzidos (indicados por 61%) e as dificuldades de financiamento (38%), surgindo depois a falta de soluções adaptadas às necessidades da organização (28%) e a falta de soluções específicas para o sector de actividade em que se inserem (26%).

Timóteo Figueiró sustentou que o novo paradigma da economia inteligente é «a democratização do acesso às tecnologias da informação».

Apontou a possibilidade de as PME terem acesso a tecnologias da informação e comunicação avançadas sem despesas de capital elevadas, através do recurso a serviços na nuvem («cloud»), com transferência de despesas de capital (CAPEX) para despesas operacionais (OPEX) e redução da complexidade associada à adopção de novas tecnologias.

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