O maior fabricante mundial de processadores e semicondutores, a Intel, indicou que se verifica uma fraca procura dos consumidores e baixou as suas previsões de receitas para o segundo semestre.
O presidente executivo (CEO) da Intel, Paul Otellini, apontou para um crescimento do volume de negócios entre 3% e 5%, abaixo das previsões anteriores, indicou o jornal New York Times.
No segundo trimestre de 2012, o volume de negócios da Intel subiu 5%, para 13,5 mil milhões de dólares (11,1 mil milhões de euros) e os lucros da Intel subiram para 2,8 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros).
O abrandamento da procura de computadores é extensivo aos consumidores de mercados emergentes.
No entanto, a Intel assinala que a procura de computadores e portáteis pelas empresas foi boa e que os lucros poderão aumentar ligeiramente.
A Intel, que conta actualmente com cerca de 103 mil trabalhadores a nível muncial, prevê aumentar ligeiramente o seu volume de emprego ainda este ano.
O CEO da Intel salienta que alternativas como os tablet PC e smartphones vieram afectar a procura de computadores pessoais no consumo, mas prevê que os «ultrabooks» (um conceito Intel de portáteis muito finos e leves mas com elevada performance e baixo consumo de energia) poderão contrariar essa tendência.
As principais marcas fabricantes de computadores começaram no primeiro semestre de 2012 a apresentar vários «ultrabooks», mas que estão no segmento alto, com preços bastante elevados, frequentemente acima dos mil euros em Portugal.
Otellini prevê a queda de preços dos «ultrabooks», para sistemas de 699 dólares (575 euros), que serão mais atractivos para os consumidores.
Paul Otellini salientou que mais de quatro dezenas de modelos de «ultrabooks» foram lançados com ecrãs sensíveis ao toque, que beneficiarão muito com o lançamento do novo Windows 8, preparado de raiz para essa funcionalidade.
A fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações ZTE prevê uma redução de 60% a 80% nos lucros do primeiro semestre e há rumores de que a companhia prevê uma redução de 12 mil postos de trabalho, segundo a newsletter «Mobile Business Briefing» (MBB).
Segundo o jornal Marbridge Daily, os empregos no estrangeiro serão a grande fatia dos cerca de 12 mil despedimentos previstos pelo fabricante chinês. A companhia poderá cortar empregos nas zonas onde a sua quota de mercado caiu, segundo a mesma fonte.
Também a multinacional Alcatel-Lucent (ALU) anunciou a revisão em baixa dos seus resultados operacionais no segundo trimestre de 2012, para um prejuízo de cerca de 40 milhões de euros, segundo dados preliminares.
Em comunicado, a ALU adianta que o volume de negócios no trimestre deverá ficar acima dos 3,5 mil milhões de euros, que reflecte um bom crescimento em cadeia (face ao trimestre anterior) das vendas em todas as áreas de negócio e zonas geográficas, embora abaixo do esperado.
Com base na sua carteira de encomendas, a Alcatel-Lucent espera que o segundo semestre de 2012 seja melhor do que o primeiro mas, devido ao difícil ambiente macroeconómico, não deverá atingir a margem operacional anteriormente prevista para 2012.