Três em cada quatro portugueses declaram-se mal informados sobre os riscos do cibercrime, segundo um inquérito realizado em Março nos 27 Estados da União Europeia, onde a média foi de 59%.
A sondagem, realizada pela TNS e que incluiu 26 593 entrevistas pessoais directas, 1 000 das quais em Portugal , indica que apenas 24% dos portugueses se consideram bem informados sobre o cibercrime, contra 38% em média da UE.
A percentagem de portugueses que vai diariamente à Internet (29%) é a menor de toda a União Europeia e muito inferior à média (53%), enquanto o máximo de utilizadores diários se encontra na Dinamarca, Suécia e Holanda, todos com 83%.
Consultam a Internet em casa 92% dos portugueses (média de 95% na UE), 35% no trabalho (média de 39%) mas apenas 1% em movimento, o valor mais baixo de toda a UE, onde a média é de 16%.
Em coerência com este último dado, os portugueses (3%) são os que menos usam smartphones para acederem à Internet (24% na UE) e os 2% que o fazem num tablet PC são um terço dos 6% de cidadãos da UE.
Mais de metade (51%) dos internautas nacionais acedem à rede a partir de computadores de secretária (63% na UE) e 70% usam um portátil, acima da média comunitária (63%).
Também acima da média europeia estão os 14% que acedem na escola/universidade (11% na UE), os 9% que o fazem em locais públicos (6% em média comunitária) e os 5% que frequentam cafés Internet (4% em média europeia).
Os portugueses (17%) são os que menos compram bens e serviços por Internet (menos de um terço da média europeia de 53%), mas estão entre os que mais acedem a redes sociais online (65%), acima da média comunitária de 52%. A banca Internet é usada por 19% dos portugueses, menos de metade dos 48% de percentagem na União Europeia.
No entanto, 31% dos internautas nacionais jogam online, acima dos 27% verificados na Europa.
O correio electrónico é a funcionalidade Internet mais utilizada pelos portugueses (78%) mas também pelos europeus (85%), enquanto 63% lê notícias online, percentagem praticamente ao nível da média da UE.
Enquanto mais de dois terços dos europeus (69%) estão confiantes na sua capacidade para usar banca Internet ou fazer compras online, a percentagem desce para 42% em Portugal, onde uma clara maioria diz não estar confiante para fazer essas actividades online.
Dois em cada cinco portugueses dão como justificação para não comprar online o preferirem comprar pessoalmente e falarem com o vendedor, um terço manifesta preocupações com a segurança dos pagamentos por Internet e 39% com o possível roubo de dados pessoais.
43% dos internautas portugueses dizem que não viram nem ouviram nada sobre cibercrime (24% em média da UE) e a televisão é a sua principal fonte de informação naquela matéria (citada por 46% em Portugal, 59% na Comunidade).
O estudo da euro-sondagem conclui que a maioria dos cidadãos da UE não se sente confortável com o uso da Internet para coisas como banca ou comércio electrónico e muitos disseram que mudaram os seus comportamentos na rede por preocupações com a segurança.
Apesar disso, a maioria dos cibernautas (55% na UE, 63% em Portugal) não mudaram qualquer palavras-passe de acesso a contas na Internet.
Em relação aos portugueses, 28% modificaram palavras-passe nos endereços electrónicos, 21% em redes sociais, 6% na banca electrónica e 7% em sítios de comércio electrónico.