A inércia das lojas online de aplicações líderes é o principal desafio ao seu êxito no longo prazo, indica a analista de mercados Canalys.
A Canalys revela que metade das top 100 das aplicações pagas para iOS e Android nos Estados Unidos não são modificadas há quatro meses, o que revela uma assinalável falta de inovação e de melhoria da descoberta de aplicações, crítica para dar uma experiência de alta qualidade tanto aos consumidores como aos desenvolvedores.
A Canalys garante que quando se fala com programadores que desenvolvem aplicações, aqueles estão preocupados com a monetização ou a fragmentação das plataformas mas o seu principal problema é o da divulgação das suas aplicações.
Tim Shepherd, analista sénior da Canalys, estima que até dois terços das aplicações disponíveis em lojas online líderes têm menos de mil downloads no seu primeiro ano e que uma proporção significativa não tem nenhum download.
Shepherd sublinha que muitas aplicações de alta qualidade nunca chegam a ter a atenção que merecem.
A Canalys afirma que as lojas de aplicações baseiam-se demasiado num conjunto standard de ferramentas básicas: pesquisa de aplicações, uma pequena selecção de títulos e os top 100 das aplicações pagas e das gratuitas, que são muitas vezes ocupados semana após semana pelos mesmos títulos.
Esta selecção inclui apenas uma muito pequena parte das aplicações disponíveis na loja online, observa.
Numa análise a um período de 16 semanas nos Estados Unidos, a Canalys concluiu que 58 títulos do Google Play e 41 da Apple App Store se mantiveram no top 100 das aplicações pagas.
Nas aplicações gratuitas, o mesmo aconteceu com 42 títulos do Google Play e 31 da loja online da Apple.
Adam Daum, analista chefe da Canalys, afirma que os programadores cujas aplicações de mantêm no top 100 deverão estar satisfeitos mas a persistência de tantas aplicações numa lista que é crítica para a descoberta de aplicações comprova que as actuais ferramentas não são adequadas.
Considera que as lojas de aplicações, que não podem destacar em cada momento mais do que algumas centenas de títulos entre as centenas de milhares que constam do catálogo, precisam de fazer mais para conquistar os desenvolvedores e a sua quota de 30% das receitas.
A Canalys defende a necessidade de as lojas de aplicações online disporem de melhores ferramentas e de algoritmos que forneçam aos clientes sugestões personalizadas e formas inovadoras de apresentarem o conteúdo dos seus catálogos.
Daum observa que, apesar da grande competição para conquistar os desenvolvedores de aplicações, as lojas online não tomaram medidas inovadoras naquele sentido e mantêm ferramentas de descoberta de aplicações de baixa qualidade, enquanto os consumidores gostariam de encontrar mais facilmente os programas de que precisam.
O analista chefe da Canalys salienta que se um número suficiente de desenvolvedores de aplicações frustrados se virarem para lojas online de aplicações independentes, como a Getjar, a Amazon’s App Store ou o novo centro de aplicações do Facebook, os consumidores podem ser encorajados a encontrar alternativas às lojas de aplicações próprias dos seus dispositivos móveis.