Canalys prevê desaparecimento de mais retalhistas conhecidos de electrónica

Publicado em 23/04/2012 00:17 em Destaques

A consultora e analista de mercados Canalys prevê que muitos retalhistas de electrónica de consumo conhecidos dos Estados Unidos e Europa desapareçam no futuro, a exemplo do que aconteceu com cadeias como a Surcouf, Best Buy Europe, CompUSA ou Circuit City.

A Canalys atribui esta situação ao falhanço do modelo de retalho na União Europeia e alerta as cadeias de retalho de outros segmentos para que aprendam rapidamente com os erros das que soçobraram.

As cadeias de lojas que fecharam foram atingidas por uma tempestade de concorrência da Internet e dos supermercados e perderam demasiado negócio para competidores com preços mais baixos e bons serviços, observa o presidente executivo (CEO) da Canalys, Steve Brazier.

Acrescenta que os consumidores de hoje muitas vezes procuram os livros numa loja local e encomendam-nos na Amazon, mesmo que por um preço mais alto, simplesmente porque pretendem que a Amazon fique com o seu histórico de compras para lhes recomendar novos livros.

Isto mostra uma mudança fundamental na percepção do valor por parte dos consumidores, observa Brazier.

Para além da concorrência online, também os supermercados apresentam promoções de produtos de gama mais baixa em que frequentemente sacrificam margens para atrair os consumidores às suas lojas, salienta aquela consultora.

Alastair Edwards, analista principal da Canalys, sublinha que os supermercados oferecem facilidades de estacionamento e em muitos países são os veículos mais eficientes para compras de um só produto em grandes volumes.

Edwards considera que os retalhistas da União Europeia vêem muitas vezes as suas margens minadas pela norma europeia que obriga a dar garantia de dois anos como um standard.

Acrescenta que as aplicações de software e jogos estão a tranferir-se para o online.

O futuro para os multi-especialistas como a muito respeitada loja francesa FNAC parece negro, tal como para as companhias mais focadas no hardware, garante Edwards, observando que os retalhistas europeus oferecem actualmente muito poucos benefícios aos consumidores.

A Canalys salienta que o crescimento das compras por Internet não deve surpreender os retalhistas, porque este desafio tem 15 anos ou mais. Adianta que muitos retalhistas têm lojas online que complementam as lojas de compras presenciais, mas em quase todos os mercados maduros são seguidores distantes da lojas Internet e não líderes do retalho na Internet.

Edwards salienta que para os retalhistas a janela de oportunidades está a fechar se e eles nunca apanharão os especialistas da Internet porque começaram tarde, investiram insuficientemente, os seus negócios Internet são retidos por eles e não querem baixar os preços em relação aos praticados nas lojas.

Assumem erradamente que a vantagem de tocar e sentir os vai continuar a proteger, mas está a crescer uma nova geração de consumidores com uma forma diferente de pensar, observa o analista da Canalys.

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