A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) afirma que sete em cada 10 inquiridos, de famílias sem televisão por subscrição, indicaram que já se prepararam para a televisão digital e 20% tencionam preparar-se nos próximos dias.
Em comunicado, a ANACOM indicou que 90% dos inquiridos numa sondagem da Marktest sabiam que a televisão analógica termina definitivamente a 26 de Abril e será substituída pelo sinal digital.
Dos que já têm capacidade para receber o sinal digital, 57% compraram uma caixa descodificadora, 25% um novo televisor, 4% um kit para recepção por satélite e 13% adquiriram um televisor e uma caixa descodificadora [estes últimos não terão sido informados de que com os televisores actuais não precisam de caixa descodificadora].
Quase um em cada 13 inquiridos (7,8%) não tenciona adoptar a TDT até à data do desligamento do sinal analógico, 42,9% devido ao custo (29,5% disseram que os equipamentos eram demasiado caros e 13,4% evocaram dificuldades financeiras) e 33,8% afirmaram que não precisam de ver televisão. Decidirão o que fazer quando deixarem de ter televisão um pouco mais de um em cada 10.
O estudo indica que 7,5% dos que não dispõem de televisão por subscrição tenciona aderir a um fornecedor de TV paga até dia 26.
A ANACOM não indica a dimensão da amostra nem o meio de contacto, isto é, se as entrevistas foram presenciais, por telefone fixo, por telefone móvel ou por fixo e móvel, informações importantes para se avaliar a margem de erro.
Se os inquéritos foram feitos apenas para telefone fixo, dados da ANACOM relativos ao quarto trimestre do ano passado indicam que a taxa de penetração dos clientes residenciais de acesso directo ascendia a 56,2 por 100 alojamentos, considerando os alojamentos familiares clássicos. O número de acessos indirectos tem vindo a cair e os dados da ANACOM indicam que apenas 5,5% do tráfego nacional foi gerados por acessos indirectos.
Isto significa que um inquérito por telefone fixo, como é hoje usual, terá deixado de fora um número significativo de famílias portuguesas, muitas dos quais provavelmente não disporão de telefone fixo por carências económicas, situação que os pode condicionar também na compra de equipamentos TDT.