Android lidera crescimento do malware móvel, diz Juniper

Publicado em 22/11/2011 00:57 em Destaques

A consultora e analista de mercado Juniper Networks garante que o malware para Android cresceu 472% desde Julho, liderando o crescimento do software malicioso móvel.

A Juniper afirma que isto acontece porque «qualquer um pode desenvolver e publicar uma aplicação para o Android Market».

Segundo a consultora, actualmente parece que a única coisa necessária para colocar aplicações na loja online da Google para a plataforma Android é arranjar uma conta de desenvolvedor de aplicações e pagar 25 dólares (menos de 19 euros) para poder colocar aplicações no Android Market.

Acrescenta que ninguém controla se a aplicação faz o que anuncia e os desenvolvedores descrevem a aplicação da forma que entendem.

É verdade que a aplicação é removida quando alguém descobre que se trata de software malicioso e o denuncia, mas entretanto quantos utilizadores, não suspeitando disso, já instalaram a aplicação nos seus terminais, questiona a Juniper.

A consultora, no seu relatório sobre software malicioso para plataformas móveis, adianta que entre 2009 e o Verão de 2010 o malware cresceu 400% na plataforma Android mas nos últimos meses verificou-se um crescimento exponencial, com aumento de 110% só em Outubro.

Acrescenta que não só se verificou um enorme aumento no software malicioso para terminais com sistema operativo Android como também um grande aumento da sofisticação dos ataques, conseguindo acesso a dados e serviços daqueles terminais.

A Juniper observa que a maioria das aplicações maliciosas tem como alvo as comunicações, a localização e captura de informação pessoal. Indica que 55% desse malware funciona, de uma forma ou de outra, como software espião.

Outros 44% enviam mensagens SMS, sem conhecimento do proprietário do terminal infectado, para números de valor acrescentado que são propriedade do pirata informático através de uma aplicação legítima detida anonimamente.

A Juniper Networks diz que provavelmente os autores destes ataques são os mesmos que em fase anterior dirigiram ataques contra telefones com os sistemas operativos Symbian e versões antigas do Windows Mobile e que mudaram para Android devido aos significativos ganhos de quota de mercado do sistema operativo da Google.

A empresa de segurança informática Kaspersky garante, por seu lado, que 34% do malware para a plataforma Android se destina ao roubo de informação pessoal dos utilizadores, nomeadamente dados bancários.

A Kaspersky estima que a plataforma Android tem uma quota superior a 46% do software malicioso para terminais móveis, «uma tendência alarmante se tivermos em conta que parte destes programas maliciosos são descarregados directamente do Android Market».

Também a Kaspersky alerta para o software que faz envio de SMS para serviços de valor acrescentado sem conhecimento dos seus proprietários.

A Kaspersky salienta que o Android é uma plataforma móvel líder, a que oferece maior flexibilidade e abertura e que «dispõe de um controlo fraco no que toca à distribuição de software».

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