Uso inadequado de portáteis pode afectar saúde

Publicado em 01/09/2011 01:20 em Destaques

O uso inadequado de computadores portáteis, do ponto de vista da ergonomia, pode provocar problemas de saúde, nomeadamente ao nível de lesões músculo esqueléticas, afirma um estudo da Universidade do Minho.

Os professores Pedro Arezes (coordenador) e Nelson Costa, da Universidade do Minho, Ignacio Castelucci (Chile) e Luis Franz (Brasil) desenvolveram um projecto de pesquisa sobre a utilização de computadores portáteis tendo como amostra universitários utilizadores de portáteis dos três países envolvidos.

A oportunidade do estudo é justificada pela Universidade do Minho, em comunicado, pela utilização crescente e generalizada de portáteis e pelos problemas que podem decorrer de posturas incorrectas dos seus utilizadores do ponto de vista ergonómico.

Pedro Arezes, coordenador do projecto, respondendo por escrito a perguntas do «Falar de Tecnologia», salientou que o estudo ainda não está concluído.

Adiantou que na fase de diagnóstico pretendeu-se saber de que forma os portáteis são utilizados (frequência de utilização, posições típicas, locais, forma de transporte) e características dos portáteis (peso, tamanho dos monitores, periféricos utilizados).

O estudo abordou também a sintomatologia dolorosa reportada por utilizadores, para identificar as partes do corpo mais afectadas por posturas inadequadas.

O estudo preconiza a necessidade de medidas ao nível da concepção dos portáteis mas também ao nível da forma como os utilizadores usam os equipamentos.

Pedro Arezes destaca que algumas marcas já «vão tendo em conta a ergonomia na concepção dos equipamentos» mas defende a prevenção junto dos utilizadores, visando modificar hábitos e comportamentos, nomeadamente junto de alunos mais novos.

O coordenador do estudo, numa apreciação preliminar, considera que os fabricantes deveriam desenvolver sistemas de interface físicos (ratos, pads, joysticks) adaptados à estrutura da mão humana e que minimizem a necessidade de uma inclinação do pulso para o lado exterior.

Recomenda, ainda, que os monitores tenham «dimensões mais generosas» e de elevada resolução, teclados maiores e com retroiluminação, permitindo identificar facilmente as teclas mesmo com pouca luz, e redução do peso dos equipamentos.

Quanto a recomendações aos utilizadores, Pedro Arezes sugere que façam pausas no seu uso a intervalos regulares, para mudarem a postura e o foco de visão, que adoptem uma posição sentada, com apoio de costas, pés assentes no chão e pernas em ângulo recto, com os portáteis apoiados numa bancada de trabalho.

Evitar trabalhar com os portáteis sobre os joelhos ou pousados no chão, não fazer usos demasiado prolongados, ter em conta que o ângulo do pescoço não deve ser superior a 20º de inclinação (o que significa que o topo do monitor deve estar à altura dos olhos) e a distância dos olhos ao monitor deve estar entre os 45 cm e os 75 cm.

O teclado deve estar aproximadamente à altura do cotovelo.

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